O fim da emergência de saúde por Covid-19 foi anunciada no último domingo, dia 17, quando o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, fez um pronunciamento através das rádios e TV. Nesse discurso, o ministro elencou que devido à ampla cobertura vacinal e a melhora do quadro epidemiológico a atitude foi adotada.
Além disso, o ministro deixou claro que o fim da emergência de saúde não significa o fim da pandemia da Covid-19 e acrescentou: “Continuaremos convivendo com o vírus”.
Nesse sentido, o presidente do Senado, Renato Pacheco, afirmou que é preciso ter cautela quanto à decisão adotada pelo ministro no último sábado. Segundo ele é preciso ter precaução pois ainda existem pessoas morrendo pela doença.
A emergência de saúde e o legislativo
Rodrigo Pacheco salientou que o Senado está realizando estudos sobre o impacto legislativo do fim da pandemia. Isso acontece porque vários projetos que foram votados nesses dois últimos anos podem perder suas vigências, visto que estavam amarrados na portaria que estabeleceu o estado de emergência na saúde.
Além disso, Rodrigo Pacheco, afirmou que o Senado vai agir rigidamente em cima da decisão sobre o fim da emergência de saúde e se a lei estiver em anexo com tal portaria, ela irá deixar de vigorar.
Ameaças do fim da emergência de saúde
Apesar do ministro da saúde elencar os motivos positivos que justificam o fim da emergência de saúde por Covid-19, existem outros motivos que fazem com que especialistas fiquem preocupados com a atual decisão.
Um desses motivos é a chegada do inverno no Brasil. A onda de frio costuma vir acompanhada de um aumento nos casos de infecções respiratórias. Com isso, esse seria o cenário perfeito para o aumento da transmissão de vírus como o da Influenza e o vírus da Covid-19.
Além disso, outro motivo que serve de alerta são os surtos da doença em outros locais, o mais recente na China. O país viu uma onda crescente nos casos da doença e voltou a isolar a grande cidade de Xangai. A cidade, essa semana, viu as primeiras mortes desde o início do decreto de lokckdown.
Por fim, o motivo que mais preocupa após o fim da emergência de saúde por covid é a baixa taxa de vacinação da dose de reforço em todo o Brasil. Nesse sentido, a cobertura vacinal pelo Brasil é extremamente desigual. Enquanto São Paulo, Piauí, Paraíba e Ceará já vacinaram cerca de 80% de suas populações, estados como Acre e Maranhão encontram-se estagnados em 60%. Por sua vez, São Paulo é o único estado do Brasil que possui mais de 50% da sua população vacinada com a dose de reforço e a baixa procura nesta etapa da vacinação preocupam os especialistas.