O uso de preservativos vem sendo preterido pelos brasileiros, visto o aumento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) nos últimos anos.
A sífilis, por exemplo, condição provocada pela bactéria Treponema pallidum e transmitida por contágio sexual; é a IST que mais se expandiu na última década.
De acordo com dados do Ministério da Saúde registrados em 2020, o número de infectados passou de 3.925 em 2010 para 152.915 em 2019.
Além disso, a faixa etária mais prevalente para a infecção é a de jovens entre 20 a 39 anos.
Dentre as justificativas para esse aumento significativo, além da falta de prevenção com o uso de camisinha está também, o precário conhecimento entre os profissionais da saúde sobre a interpretação dos testes, que acaba afetando o diagnóstico.
Outro motivo é a falha no acompanhamento das mães infectadas, que acabam transmitindo a condição ao feto.
Mais sobre a Sífilis
A sífilis pode ser adquirida por meio da relação sexual com parceiro infectado ou também congênita, infecção fetal via hematogênica em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença materna.
Sintomas
Os primeiros sintomas da IST são:
- Feridas indolores na região íntima
- Feridas na boca, mamas e dedos das mãos
- Cancro duro
- Ínguas na virilha ou próximo à região afetada
- Manchas rosadas ou pequenos caroços acastanhados que surgem na pele
- Descamação intensa da pele
- Falta de apetite
- Perda de peso
Com o avanço da infecção, os sintomas acabam se tornando mais graves e incluem problemas em órgãos internos como no coração, nervos, ossos, músculos, fígado e vasos sanguíneos.
O portador também pode ser acometido por dor de cabeça constante, náuseas e vômitos frequentes, inclusive ter convulsões, delírios, alucinações e diminuição da memória recente.
Existe tratamento!
Diferente de outras IST, a sífilis tem cura e o tratamento é considerado bem simples.
São feitas injeções de penicilina, orientadas pelo médico de acordo com a fase da doença em que o paciente se encontra.
O tempo de tratamento e o número de injeções variam de acordo com a fase de evolução da infecção e sintomas apresentados.
Vale lembrar, que no caso de alergia a penicilina, o médico pode optar pela dessensibilização à substância, já que não existem outros antibióticos capazes de eliminar o treponema palladium.
Já na gravidez, o tratamento é baseado em antibióticos derivados da Penicilina como Amoxicilina ou Ampicilina, uma vez que os outros antibióticos podem provocar malformações no feto.
Nos bebês que tiveram a Sífilis congênita, o tratamento é iniciado logo após nascimento e compreende a aplicação de Penicilina diretamente na veia a cada 12 horas nos primeiros sete dias de vida.
O ideal é realizar anualmente exames de sangue para detecções de IST e outras doenças, visto que quanto mais cedo for iniciado o tratamento, o surgimento de complicações pode ser evitado.
O exame que identifica a Sífilis é denominado como VDRL que identifica o Treponema pallidum no organismo.
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