Os idosos serão muito importantes nas eleições marcadas para outubro deste ano. Isso porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelou que a porcentagem de eleitores brasileiros com 60 anos ou mais este ano é a maior já registrada pela Corte.
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A primeira vez que o TSE coletou dados da faixa etária dos eleitores foi na eleição presidencial de 1994, vencida por Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na ocasião, os idosos representavam 11.6% dos eleitores que podiam votar. Já neste ano, este número é de 21%.
Em entrevista à “TV Globo”, Márcio Minamiguchi, Gerente de Estimativas e Projeções de População do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), afirmou que essa mudança no perfil do eleitorado é natural. Isso porque, de acordo com ele, existe uma mudança na pirâmide etária brasileira, com aumento da expectativa de vida e diminuição da taxa de fecundidade.
“A partir do início do século XXI, a gente já tem uma fecundidade a esse nível e esse nível é persistente e ele deve se manter, ou seja, fecundidade abaixo da taxa de reposição quer dizer que a geração das filhas tende a ser menor que a geração das suas mães. Isso quer dizer, a longo prazo, que a parte debaixo da pirâmide tende a ser mais estreita que a de cima”, relata.
Além dos idosos, números do TSE mostram o aumento na participação de pessoas com idades que variam entre 45 e 59 anos. Hoje, estes eleitores representam 24,5% do total de votantes no Brasil, um número maior do que o registrado em 1994, quando o percentual era de 18,4%.
Ainda conforme o Gerente de Estimativas e Projeções de População do IBGE, esse crescimento da população mais velha, aliado com o aumento da participação feminina, faz com que sejam necessárias mudanças tanto na hora de fazer campanha quanto na hora de elaborar políticas públicas. Isso porque, de acordo com ele, pesquisas têm mostrado que pessoas mais velhas, por exemplo, mostram-se mais preocupadas mais com temas como previdência social e saúde.
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