O programa de renegociação de dívidas do governo federal, Desenrola Brasil, começou nesta segunda-feira (17). Esta primeira fase deve limpar o nome de 1,5 milhão de brasileiros que possuem dívidas de até R$100 com os bancos que aderiram ao programa. Contudo, para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o número pode ser ainda maior caso o Nubank participe do Desenrola Brasil.
Segundo Fernando Haddad, o Nubank havia sinalizado que o incentivo ofertado pelo governo para a participação no programa não era vantajoso. Nesse sentido, o governo federal irá acelerar o processo de reconhecimento de créditos tributários dos bancos. Com isso, na prática, para cada R$1 de dívidas negociadas, o banco terá R$1 a mais para novos empréstimos. De acordo com Haddad, os bancos receberão R$50 bilhões em créditos tributários.
“Um banco só que estava em dúvida se aderia ou não porque tem pouca vantagem no crédito presumido, ele tem 1 milhão de CPFs negativos, o Nubank, então estamos aguardando, se aderir todos os grandes bancos, são 2,5 milhões de CPFs”, disse Haddad.
Nubank possui grande base de clientes no Brasil
Atualmente, o Nubank possui mais de 80 milhões de clientes no Brasil. Além disso, ele é bastante popular entre a população de baixa renda, principal alvo do Desenrola Brasil. Devido a isso, a entrada da fintech digital no programa de renegociação de dívidas é a principal aposta do governo federal para movimentar a economia e turbinar a sua popularidade.
Contudo, a não entrada do Nubank não é definitiva. Embora o Desenrola Brasil tenha iniciado nesta segunda-feira, o prazo final para a adesão dos bancos vai até o dia 27. Atualmente, participam do programa: Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander, Inter e PicPay.
Primeira fase do Desenrola Brasil
O programa de renegociação de dívidas do governo federal está sendo dividido nas Faixas 1 e 2. Nesta primeira etapa do programa, serão atendidos os endividados da Faixa 2, aqueles que possuem renda de até R$20 mil. As negociações são válidas apenas para as dívidas inscritas até 31 de dezembro de 2022 que estão ativas.
Além disso, uma das regras é que o prazo mínimo de pagamento seja de 12 meses. Um outro ponto é que apenas dívidas bancárias poderão ser renegociadas nesta etapa. Por fim, para participar desta etapa, é necessário entrar em contato diretamente com os bancos através de seus canais de atendimento ou presencialmente.
A segunda fase do programa terá início apenas em setembro, sendo voltada para as pessoas com renda mensal de até dois salários mínimos. Endividados inscritos no Cadastro Único também serão contemplados. Poderão ser renegociadas dívidas entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022 e envolverá também contas de consumo.