O novo regime para meta de inflação deve fomentar investimento e pleno emprego. Isso quem diz é Gustavo Guimarães, secretário-executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento. De acordo com ele, a inovação, que abandona o ano-calendário, pode reduzir incertezas de agentes econômicos e, assim, fomentar investimentos no país e o pleno emprego.
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“A menor incerteza para os agentes econômicos tende a fomentar a economia e fomentar o pleno emprego. A gente acredita que pode beneficiar a atividade econômica como um todo, inclusive na alavancagem de investimentos”, afirmou ele no domingo (31) em entrevista ao canal “CNN Brasil”.
Conforme publicou o Brasil123, em junho, o Conselho Monetário Nacional (CMN) revelou que o Brasil não usará mais o modelo de ano-calendário a partir de 2025 – o regime em questão faz com que a meta de inflação seja aferida anualmente em dezembro. Durante a entrevista, Gustavo Guimarães relatou que os decretos e exposições explicativas com os detalhes do novo regime ainda estão em fase de ajustes finais, mas a ideia é de que o acompanhamento dos índices de preços seja “contínuo”.
“Haverá uma verificação mês a mês”, relatou ele, explicando ainda que “quando o Banco Central olha para a inflação mês a mês, isso se reflete também na atividade econômica”. “O Banco Central vai ter de se preocupar mensalmente com a flutuação da atividade econômica, porque é um objetivo que está conectado com a inflação”, diz ele.
Em outro momento, o integrante do Ministério do Planejamento e Orçamento destaca que, mesmo que a premissa principal do Banco Central seja a de acompanhar os preços, a instituição deve trabalhar para evitar que a atividade fique fora de controle, seja positiva ou negativamente.
“Temos que lembrar que quando a atividade está muito aquecida, há inflação maior. E quando a atividade recua, a inflação tem tendência a se reduzir. Então a gente acredita que vai ser importante na questão da suavização da atividade, gerando menor incerteza”, ressalta.
Para o secretário da pasta comandada hoje por Simone Tebet, o novo mecanismo deverá servir para a chamada “harmonização” das políticas monetária e fiscal, algo que vem sendo mencionado reiteradamente por Fernando Haddad, ministro da Fazenda. Hoje, entre as pendências do novo regime está a definição da periodicidade com que a autoridade monetária vai prestar contas caso não cumpra as cifras determinadas. Atualmente, como citado, a prestação é anual, com referencial em dezembro.
De acordo com Gustavo Guimarães, existe a possibilidade de que o Banco Central passe a ter que prestar contas mais de uma vez ao ano, mas também há chances de que a prestação ocorra somente uma vez a cada 12 meses. “Hoje, se a autoridade descumprir a meta ao longo dos onze primeiros meses, mas cumprir em dezembro, ela não precisa prestar contas. Neste novo modelo, mesmo que a gente opte por uma prestação anual, haverá intensidade maior: se o BC descumprir em janeiro ou fevereiro, ou qualquer um dos meses, ele vai ter que prestar contas”, explica.
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