Nesta última quinta-feira (3), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu a deputada federal Carla Zambelli de fazer a criação de novas contas em redes sociais até o momento em que os políticos eleitos nas eleições de outubro tomem posse de seus respectivos cargos, entre eles, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O TSE listou, em decisão, as publicações de Zambelli nas redes sociais. Segundo o tribunal, elas “atingem a integridade e normalidade do processo eleitoral, incentivando, com base em falsas acusações de fraude, a recusa dos resultados e intervenção militar”.
A decisão foi proferida pelo juiz auxiliar da presidência do TSE, Marco Antônio Martin Vargas, que colocou uma multa de R$100 mil para cada nova conta aberta por Zambelli. A criação de novas contas será caracterizada como descumprimento da decisão tomada pelo tribunal. De acordo com o calendário eleitoral, os eleitos serão diplomados até dia 19 de dezembro, contudo, a data para Lula e Alckmin ainda não foi definida.
Além disso, o descumprimento da ordem judicial por parte da deputada federal, pode, na esfera eleitoral, fazer com que Zambelli seja alvo de apuração devido ao uso indevido dos meios de comunicação, podendo implicar na cassação de seu mandato. Mesmo proibida, a deputada voltou a fazer postagens em suas redes sociais, contrariando a decisão do tribunal.
Zambelli teve suas contas do Twitter, Instagram, YouTube, TikTok, LinkedIn, WhatsApp e Telegram suspensas na última terça-feira. Ao que tudo indica, a suspensão das contas de Zambelli está associada à determinação do TSE para as plataformas removerem grupos das redes sociais que tenham convocado paralisações nas estradas e pedidos de golpes militares.
Zambelli diz ter sido “censurada”
Em entrevista concedida à Jovem Pan News, Carla Zambelli disse que a informação de que teria fugido para os Estados Unidos não é verdade. Ainda, de acordo com a deputada, não foi possível comunicar seus seguidores sobre a viagem devido ao fato de estar sem acesso às suas redes sociais.
“Não tenho onde publicar”, disse Zambelli. “É através das minhas redes sociais que reporto eventos, faço questionamentos, trago conhecimento informativo e divulgo minha agenda”, completou a deputada. Zambelli afirmou que se encontra nos Estados Unidos “cumprindo agendas pessoais”.
“A decisão que censurou todos os meus canais de comunicação, inclusive o WhatsApp, tem como objetivo controlar o fluxo de informações e conter uma das maiores vozes conservadoras da internet, com mais de 9.520.000 seguidores em sete redes sociais”, disse Carla Zambelli.
Além da polêmica envolvendo a manifestação dos caminhoneiros, Zambelli, um dia antes da eleição, apontou uma arma contra um jornalista, em São Paulo. Diversos vídeos gravaram a ação. O ato foi relatado ao Poder Judiciário, a ocorrência foi encaminhada à Polícia Federal e ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) “para as devidas providências e prosseguimento da apuração de todas as circunstâncias dos fatos”.
Nesse sentido, a oposição também abriu um pedido de investigação contra Zambelli por tentativa de homicídio e outros crimes. Já no domingo de eleição (30), o ministro do STF, Gilmar Mendes, encaminhou o pedido à Procuradoria-Geral da República (PGR).