Casos de estupros por todo o mundo são o principal motivo de revolta, pois nitidamente passam por um julgamento bastante melindroso. Por vezes, o estuprador que, em boa parte dos casos também se torna um assassino, sai impune dos crimes cometidos.
Foi essa revolta com o cenário como um todo que levou Madison Smith a sugerir um novo modelo de julgamento contra estupro. Após ser atacada por um colega quando ainda era uma universitária em Bethany College, no Kansas, a mulher decidiu recorrer a uma lei do século 19.
A atitude que pode parecer drástica, foi tomada após ela denunciar o caso de estupro que até hoje não foi solucionado. Por isso, a mulher clama pela ajuda dos concidadãos para que possam ajudá-la a processar o homem. O relato foi feito oficialmente no ano de 2018, porém o promotor do condenado se recusou a apresentar acusações de estupro.
O promotor do caso determinou o acontecimento como um encontro sexual imatura. O colega universitário foi condenado apenas por agressão. Foi justamente a decisão deste procurador do condenado que levou Smith, de 23 anos de idade, a reestruturar uma lei estadual datada do ano de 1887, levando-a a convocar um “grande júri”, que se reuniu pela primeira vez na última quarta-feira, 29.
Normalmente, um grande júri é composto pelas autoridades oficiais responsáveis pela investigação do caso, com o propósito de determinar a existência de provas o bastante para dar continuidade à acusação. Os envolvidos neste júri informal montado por Smith não tem poder legal para acusar ou não o possível estuprador ou inocentá-lo. As ações giram em torno apesar de determinar que haja uma acusação formal sobre o caso.
A intenção de Smith é que o resultado desse júri seja capaz de incentivar outras vítimas a denunciarem crimes sexuais e apresentarem queixa sobre o caso que, infelizmente, já se tornou bastante comum. No entanto, ele lembra que mesmo por trás de tanta negligência, as vítimas ainda possuem os seus direitos. Nota-se que a maior parte das mulheres sofrem em silêncio, e quando decidem denunciar o estupro, raramente viram processos.
Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Massachussets em Lowell, menos de 20% dos estupros denunciados resultam na prisão do estuprador. A mãe de Smith também se pronunciou sobre o caso, ressaltando a necessidade de mudar com urgência essa cultura, que infelizmente gira em torno do consentimento a práticas abusivas e criminosas. O ex-colega de universidade acusado por Smith é Jared Stolzenburg, também de 23 anos, e que nega o estupro.
O homem lamenta o encontro entre os dois, o qual admitiu que realmente foi violento e que, na época, ele erroneamente interpretou ser aceitável. Mas ainda assim insiste que foi um ato consensual. Jared foi indiciado por agressão se declarando culpado.