Um levantamento publicado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) nesta sexta-feira (04) revelou que, no governo de Jair Bolsonaro (PL), isto é, de agosto de 2018 a julho de 2021, o desmatamento de floresta na Amazônia aumentou 56,6% ante os anos anteriores.
Segundo o Ipam, que afirma que o estado do Pará foi o mais afetado, em um fato que vem se arrastando desde 2017, o avanço do desmatamento na Amazônia ficou mais evidente a partir do governo Bolsonaro.
Isso porque, eleito em 2018, o chefe do Executivo promoveu o enfraquecimento dos órgãos de fiscalização, afrouxou a punição a crimes ambientais e ainda reduziu o número de ações imediatas de combate e controle de atividades ilegais na região.
Com o levantamento, o Ipam constatou que 51% do desmatamento registrado nos últimos três anos ocorreu em terras públicas. Destas, 83% são de domínio do governo federal. “Parte da devastação se concentra no entorno de duas rodovias federais que atravessam o norte de Mato Grosso e o oeste do Pará”, detalhou o órgão.
Para Ane Alencar, diretora de ciência do IPAM e principal autora do estudo, o Brasil está avançando muito rápido na destruição da Amazônia. “Quando olhamos para os números dos últimos três anos, fica claro o retrocesso daquilo que o Brasil foi um dia”, começou ela.
“Seguimos um caminho totalmente oposto às atitudes que o planeta precisa, com urgência, neste momento”, declarou a diretora de ciência do Ipam, destacando que a tendência é que o desmatamento cresça ainda mais caso projetos de lei que estão em discussão no Congresso sejam aprovados.
Além disso, ela destaca que a regularização de áreas desmatadas e atividade de exploração mineral em Terras Indígenas também são fatos que farão com que o desmatamento cresça ainda mais nos próximos anos.
“O Ipam recomenda que sejam elaboradas estratégias regionais robustas integradas aos planos estaduais de prevenção e controle do desmatamento”, explicou Anne Alencar, finalizando que existe uma necessidade urgente de priorizar as investigações sobre crimes ambientais, o que segundo ela, não vem acontecendo.
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