Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Operações Aeromédicas (Aboa) e revelado nesta segunda-feira (17) pelo jornal “O Estado de São Paulo” mostrou que o setor aeromédico movimenta cerca de R$ 750 milhões por ano no Brasil. Hoje, conforme os dados, existem, em média, 450 aeronaves com autorização para realizar este tipo de transporte pelo Brasil. Dessas, apenas 10% são operadas pelo poder público, ou seja, as outras 90% são do setor privado.
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Em entrevista ao jornal citado, especialistas relataram que, apesar do custo alto, existe espaço para o segmento crescer após disparada da demanda na pandemia e novas regulações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que passaram a vigorar no ano passado.
Atualmente, o setor aeromédico realiza serviços como resgate de vítimas de acidentes. Até o ano passado, somente as instituições públicas podiam realizar esse tipo de viagem. Todavia, por conta de atualizações da Anac, empresas de táxi aéreo também passaram a poder realizar esses tipos de serviços.
Apesar disso, os resgastes, em sua maioria, continuam sendo feitos por órgãos como o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar. Isso porque as empresas privadas estão focando, principalmente, nas viagens de remoção hospitalar, levando, por exemplo, um paciente de um ponto para outro, e no transporte de órgãos, por exemplo.
De acordo com a sócia-fundadora do escritório especializado em direito aeronáutico Leal Andreoli Advogados, Roberta Andreoli, existe um grande potencial para o setor. No entanto, ele destaca o fato de que “a maioria da população não tem acesso a esse tipo de serviço” por causa do custo alto.
Isso acontece porque, conforme os números revelados pelo jornal, uma viagem aeromédica custa, em média, de R$ 30 e R$ 35 por quilômetro voado, sendo que esse valor pode variar levando-se em conta fatores como tipo da aeronave, distância e região do embarque e do desembarque.
Nesse sentido, dados disponibilizados pela Líder Aviação mostram que, por exemplo, o transporte aeromédico de um paciente adulto, de Belo Horizonte a São Paulo, em uma aeronave modelo King Air adaptada com equipamentos de UTI, de Belo Horizonte, Minas Gerias, para São Paulo, capital custaria cerca de R$ 48 mil levando-se em conta a distância entre as cidades.
Para o advogado Fábio Falkenburger, a Anac “acertou em cheio” ao liberar que as empresas privadas atuem no setor e também na desburocratização do segmento. Nesse sentido, ele relata que, após o impulso adicional, será preciso incentivos fiscais e tributários para ampliar o acesso aos serviços aeromédicos em regiões mais distantes e com sistema de saúde precário. “Os recursos públicos são limitados e essa seria uma forma de trazer mais empresas, inclusive para fornecer serviços para o governo”, afirma ele.
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