O deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) disse aos seus colegas nesta quarta-feira (17/5) que teme acabar tendo o mesmo destino de Deltan Dallagnol (Podemos-PR), a perda do mandato. Vale destacar que, recentemente, a oposição defendeu uma investigação e cassação de Nikolas pelo suposto crime de transfobia, quando o político usou uma peruca para ironizar mulheres trans durante discurso em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, na tribuna da Câmara dos Deputados.
Tentativa de impedir a impedir a cassação de Dallagnol
Nikolas e outros colegas do partido tentaram encontrar maneiras de impedir a cassação de Dallagnol, inclusive obstruindo a votação sobre o regime de urgência do novo marco fiscal, marcada para esta quarta. Com isso, o plano buscava pressionar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) a defender o mandato do deputado e ajudar a encontrar uma solução para o ex-procurador da Lava Jato.
No entanto, a ideia não foi adiante, pois o líder do PL, Altineu Côrtes (RJ), na Câmara dos Deputados, recusou-se a atrapalhar. Ao final da reunião, o deputado Nikolas Ferreira teria dito que respeitou a decisão do líder do partido, mas defendeu que o PL deveria ajudar a unir a direita.
Afirmações de Nikolas Ferreira
O deputado por Minas Gerais Nikolas Ferreira criticou, mesmo sem citar nome, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por cassar o mandato do também deputado Deltan Dallagnol. “É só cassar todo mundo que não tem oposição… Bem democrático”, escreveu Nikolas em suas redes sociais. Além dele, o senador pelo Paraná Sergio Moro disse estar estarrecido com a decisão unânime do TSE. “Perde a política. Minha solidariedade aos eleitores do Paraná e aos cidadãos do Brasil”, afirmou Moro.
Nikolas e crítica ao BNDES
Nos últimos dias, Nikolas Ferreira questionou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) dos BRICS precisa se organizar para conceder empréstimos para infraestrutura nos países da América Latina e Caribe. Os parlamentares questionam se o Brasil cogita refinanciar regimes autoritários e países devedores do BNDES.
Em resposta, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad explicou que não se faz empréstimo para país, mas para projetos. “Você financia uma empresa brasileira para realizar um projeto em um país. Se, porventura, esse país não pagar a empresa, você cobra ele, como o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) está fazendo neste momento, em relação a todos os débitos que possam existir com o Brasil”, explicou.
“Você precisa [Nikolas Ferreira] compreender, e eu falo isso sem desrespeito, que a Argentina é responsável por boa parte da compra de manufaturados do Brasil. São mais de 200 indústrias brasileiras que exportam para a Argentina. Zelar pela saúde do vizinho representa o interesse nacional dos vários empregos que serão perdidos aqui com o colapso de um país importante para nós”, concluiu Haddad.