As famílias das meninas sequestradas na semana passada na Nigéria estão mais aliviadas nesta terça-feira (2). O grupo de homens armados liberou todas as estudantes que foram levadas de um internato em Jangebe, no noroeste do país. Foi o terceiro ataque a uma escola da Nigéria em menos de três meses.
Autoridades comemoram o fim do sequestro. Para o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, a notícia é uma “alegria avassaladora”. Bello Matawalle, governador do estado de Zamfara, onde fica a cidade das vítimas, deu mais detalhes sobre o resgate. “Iniciei um acordo de paz que teve um resultado positivo. Nenhum resgate foi pago a ninguém. Eu insisti que não íamos dar nada a nenhum deles”, explicou Matawalle.
As autoridades informaram que as meninas foram levadas a um posto de saúde para exames médicos. Na última sexta-feira (26), a polícia nigeriana disse que 317 meninas foram sequestradas na operação por mais de 100 homens armados em uma escola secundária para meninas, na remota vila de Jangebe.
No entanto, o presidente da Nigéria comunicou que o número total de estudantes sequestrados era de 279. Isso porque algumas das meninas desaparecidas correram para o mato no momento do ataque.
Sequestros na Nigéria
Vários grupos de homens armados operam na região e são conhecidos por sequestrar em troca de dinheiro e para pressionar pela libertação de aliados na prisão. Os sequestros no país mais populoso da África já é um problema nacional. Empresários, funcionários do governo e cidadãos comuns são sequestrados por criminosos em busca de dinheiro para resgatar.
Pelo menos 11 milhões de dólares foram pagos a sequestradores entre janeiro de 2016 e março de 2020, conforme a SB Morgen, uma consultoria de pesquisa geopolítica com sede em Lagos, capital da Nigéria.
A Nigéria registrou diversos ataques e sequestros ao longo dos anos. Sem dúvidas, o que mais chamou atenção da mídia internacional foi o caso de abril de 2014, de autoria do grupo terrorista jihadista Boko Haram. Ao todo, eles sequestraram 276 meninas de uma escola de Chibok, no nordeste do país. Mais de cem meninas ainda estão desaparecidas.