Membro da bancada ruralista, ex-ministro da Agricultura e agora deputado federal, Neri Geller é um dos principais interlocutores de Lula, desde sua campanha eleitoral, junto ao agronegócio. Além de anunciar nesta sexta-feira (11) que participará de um grupo dedicado no setor na equipe de transição do governo, o deputado destacou a necessidade de “baixar a poeira” para que o agronegócio possa se aproximar e dialogar com o presidente eleito.
Esforços de Neri Geller
Neri Geller tem como meta diminuir a rejeição do presidente eleito no agro brasileiro, que apoiou majoritariamente o presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula nas urnas, após receber 57.675.427 votos (49,17% dos votos válidos) contra 59.563.912 votos (50,83% dos votos válidos), de seu rival de esquerda. “O presidente Lula tem sim como falar com o setor pelo o que já foi feito e, agora para frente, mostrar que tem estabilidade, que essas reclamações, esses movimentos, têm muita fake news. Acho que precisa baixar a poeira agora, e o setor do agro se aproximar no sentido de discutir as políticas públicas”, disse.
Sendo assim, na tentativa de discutir os nomes do grupo temático que serão integrados na agricultura, o representante viajou nesta sexta-feira (11) ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), que funciona como gabinete de transição. Desse modo, a expectativa de Geller é nomear o grupo na próxima segunda-feira (14).
Colaboração com a transição
Geller disse que está conversando com entidades que representam cooperativas e a indústria para encontrar nomes que possam trabalhar com a equipe de transição de Lula. O deputado ainda citou o nome de Márcio Portocarrero, representante da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). “Conversamos com Abrapa, que vai ter integrantes na transição para que a gente possa acalmar o setor, trazer para dentro e ir para o diálogo. A eleição passou”, disse. Entre outras coisas, Geller disse que o grupo deve incluir representantes do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), do Rio Grande do Sul e do Oeste da Bahia.
“Está consolidado sim para indicar os nomes e vamos pegar os nomes regionalmente para representar os diversos segmentos da produção”, afirmou.
Lula buscar entender rixa dos produtores rurais
Na última quinta-feira (10), durante reunião com políticos aliados, Lula disse que quer saber qual a “bronca” que os produtores rurais têm contra ele. “Então, quando as pessoas falam ‘ah, mas os ruralistas estão com bronca, eu quero conversar pra saber qual é a bronca. Por que a bronca?”, disse o petista. Em suma, Lula apontou que, em seu governo, os agricultores brasileiros tinham o maior financiamento de securitização de dívidas, cerca de R$ 89 bilhões de reais, sustentado pela Medida Provisória n.º 452 de 2008.