No coração do interior da Inglaterra, mais precisamente na Fazenda “Flower Farm”, os britânicos já estão preocupados com o Natal. Isso porque, com a falta de mão de obra, a distribuição de perus para as festivas não será o suficiente.
O proprietário da fazenda, Patrick Deeley, conta que ainda não sabe se conseguirá contratar funcionários o bastante e a tempo para colocar toda a demanda em dia para o Natal. O homem que já sente a pressão devido à corrida contra o tempo, conta que seria preciso contratar, pelo menos, 12 trabalhadores temporários para meados de dezembro.
Esses funcionários ficarão encarregados de auxiliar no preparo, embalo e entrega dos perus para o Natal. O fazendeiro conta que há mais de 15 anos tem o costume de contratar trabalhadores que vinham da União Europeia, mas que até agora ainda não apareceu nenhum. Foi então que Deeley reconheceu a possibilidade de muitos trabalhadores terem abandonado os serviços neste setor ou até mesmo o país durante as paralisações provocadas pela pandemia.
Ele reconhece que o Brexit realmente pode ter um impacto importante nesta situação, tendo em vista que se tratam de consequências de perda em massa de mão de obra. Os acontecimentos recentes podem ser justificados por uma combinação entre os efeitos da pandemia da Covid-19 que ainda assolam o território britânico, junto à saída do Reino Unido da União Europeia, atitude conhecida por Brexit.
O Brexit entrou em vigor no dia 1º de janeiro de 2021, e desde então, tem dificultado a entrada de trabalhadores da União Europeia. A partir de agora, é preciso obter um visto de trabalho que é bastante caro e que se torna mais um impasse.
Diante da escassez da mão de obra no setor de aves, diversos fazendeiros ampliaram os anúncios de trabalho, mas mesmo assim são raros os candidatos ao trabalho. Na oportunidade, Mark Gorton, alega que não é um algo glamouroso, mas é um trabalho duro e se tratando de agricultura o serviço não para, é preciso trabalhar os sete dias da semana.
Gorton cria perus em Norfolk, situado no leste da Inglaterra, e contou que até agora não conseguiu encontrar nenhum trabalhador temporário, época em que em anos anteriores ele já tinha contratado cerca de 300 a 400 funcionários.
“Estamos a seis semanas de começar a preparar os perus para o mercado natalino e, no momento, não temos trabalhadores”, disse preocupado.
Em virtude da escassez da mão de obra, vários fazendeiros foram obrigados a reduzir a produção de perus este ano, bem como os supermercados tiveram que diminuir a quantidade de pedidos.
Deely explica que mesmo com a redução considerável dos pedidos o problema é o mesmo, não fazendo diferença se são 10 ou 20 mil perus, a escassez da mão de obra impede o preparo de todo jeito. Enquanto isso, os consumidores com medo de ficarem sem perus, se adiantam nos pedidos aumentando a demanda.