A população brasileira conheceu a “bandeira tarifária escassez hídrica” no início desta semana. Em 31 de agosto, o governo anunciou que a aplicação da bandeira no país teria início no dia seguinte, em 1º de setembro. E, mesmo pagando mais caro para ter energia em casa, os brasileiros talvez precisem fazer racionamento nos próximos meses.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse em entrevista à GloboNews que não há como prever o futuro. Essa foi a resposta do ministro quando questionado sobre um possível racionamento compulsório de energia elétrica no país neste ano.
Vale destacar que o governo publicou um decreto na semana passada para a redução do consumo de energia por parte dos órgãos públicos federais. Além disso, anunciou na última terça-feira (31) as regras para o programa de redução voluntária do consumo de energia pelos consumidores comuns.
“As medidas que estamos adotando estão apresentando resultados, estão surtindo efeito, mas não temos como prever o futuro”, afirmou o ministro, respondendo uma pergunta durante a entrevista. Embora não haja certeza, Bento Albuquerque destacou que os cenários trabalhados pelo governo indicam que não haverá necessidade de racionamento, “seja em outubro seja em novembro”.
Ministro nega que governo tenha demorado para agir
Durante a entrevista, o ministro também negou que o governo tenha demorado a agir para evitar reflexos mais graves da crise energética do país. Contudo, alguns especialistas dizem o contrário, que o governo deveria ter implementado medidas eficientes mais rapidamente do que o fez.
Bento Albuquerque explicou que o governo federal importa energia desde outubro do ano passado. Ao mesmo tempo, o país vem acionando termelétricas há meses para preservar as águas dos reservatórios do país, mas a crise hídrica veio bem mais intensa que o esperado.
“Em abril deste ano, estávamos em condição melhor do que em abril de 2020. Isso mostra que nossas medidas foram corretas e estavam dentro da gestão do sistema elétrico brasileiro”, afirmou o ministro.
Por fim, ele afirmou que os reservatórios vão se esvaziar “de uma forma ou de outra”, “gerando energia ou não”. De acordo com Bento Albuquerque, a água continua com diversos fins, como irrigação, consumo e transporte. Por isso, os reservatórios, que já estão em situação crítica, devem ficar ainda mais secos.
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