Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não existe justificativa que explique o alto preço dos combustíveis. Além disso, ele, que esteve em Brasília no sábado (09), afirmou que o risco de desabastecimento em 2022 já deveria ter sido contornado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A coletiva de Lula acontece após a Petrobras ter anunciado um reajuste de 7,2% nos preços da gasolina e do diesel. Segundo o ex-presidente, tal fato é injustificável. “Sem nenhuma necessidade. […] Não existe nenhuma razão para que o preço do combustível brasileiro, do óleo e do gás seja internacionalizado porque o país é autossuficiente em petróleo”, afirmou.
Em outro momento, o petista também disse que o Brasil tinha refinarias de muita qualidade e também havia construído gasodutos necessários para o país.
“Tínhamos melhorado a qualidade do óleo diesel e gasolina. A Petrobras está mostrando que ela pode mais que o presidente da República. O Brasil está precisando de um novo presidente para poder fazer justiça com o preço dos combustíveis”, afirmou.
Segundo Lula, o preço do combustível alinhado com o mercado internacional acontece porque, hoje, é preciso atender os interesses dos acionistas de Nova York em detrimento dos consumidores e trabalhadores brasileiros.
“Não vejo sentido em querer agradar acionista minoritário americano e não querer agradar o consumidor majoritário brasileiro”, disse o ex-presidente.
Desabastecimento
Sobre a possibilidade de desabastecimento de alimentos em 2022, fato que foi anunciado por Bolsonaro na quinta-feira (07), Lula disse que o atual chefe do Executivo deveria se preocupar, desde já, em fazer um programa para aumentar a produção agrícola.
“O presidente deve saber que produto agrícola você pode plantar em menos de um ano. Ao invés de falar que vai ter desabastecimento, devia estar apresentando, junto com a Embrapa, um programa de aumento da produção agrícola do país. E joga a culpa em cima do fertilizante”, completou.
Solução do Estado segundo Lula
Por fim, Lula ainda comentou sobre a atual situação do Brasil, sobretudo quanto aos mais pobres. De acordo com ele, a solução para o país será “colocar o pobre no Orçamento da União, dos estados e das cidades, e o rico no imposto de renda, para ele aprender a pagar impostos sobre lucros e dividendos”.
Além disso, o ex-presidente também afirmou que é preciso se manter atento com a inflação, “visto que ela prejudica o povo mais pobre”, com o desemprego e com a fome.
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