O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou hoje (21) que o país suspenderá a participação no acordo nuclear entre nações, o Tratado de Redução de Armas Estratégicas. Apesar disso, o presidente russo afirma que isso não quer dizer que o país sairá, definitivamente, do acordo. A negociação multilateral foi firmada em 2010 e conta com a participação de Rússia e Estados Unidos.
Na prática, isso quer dizer que a Rússia deixa de reconhecer a proibição do uso de armas nucleares em conflitos multilaterais. A declaração acontece em meio a tensões no conflito europeu, principalmente por conta da visita de Joe Biden à Ucrânia.
Clima mais tenso entre Rússia e Ucrânia
A guerra da Ucrânia completará 1 ano no fim do mês, mas a tensão aumentou bastante nos últimos dias. Segundo especialistas, os rumos da guerra podem ser irreversíveis. Isso porque a Rússia vem usando equipamentos cada vez mais pesados para atacar os ucranianos. Por outro lado, a Ucrânia recebe cada vez mais equipamentos militares da OTAN.
Isso porque os países europeus estão financiando o exército ucraniano na tentativa de evitar a aproximação dos russos à União Europeia. Por outro lado, a Rússia, que entendia que seria um conflito fácil, se deparou com uma defesa militar consolidada do exército de Volodymyr Zelensky.
Por outro lado, militares russos afirmam que os principais países que financiam a Ucrânia possuem ogivas nucleares. Vale ressaltar que, além dos Estados Unidos, o Reino Unido e a França possuem armas nucleares em seus exércitos. A saída da Rússia do tratado multilateral, que trata da proibição do uso de armas nucleares, aconteceu em um discurso anual no Parlamento do país. O conflito completará 1 ano na próxima sexta-feira, 24.
Assinado no governo de Barack Obama, o acordo trata da redução dos testes nucleares e estabelece que haja uma fiscalização mútua entre os dois países envolvidos.
Joe Biden na Ucrânia
Nesta segunda-feira, 20, também por conta do aniversário do conflito, o presidente americano, Joe Biden, fez uma visita não anunciada à Ucrânia. Já no país europeu, Volodymyr Zelensky disse que a visita de Joe Biden é um “sinal extremamente importante de apoio a todos os ucranianos“. Além do presidente da Rússia, o presidente americano também aumentou o tom das falas.
Hoje, 21, em discurso feito em Varsóvia, na Polônia, Biden disse que Rússia não vencerá na Ucrânia. Segundo o presidente americano, a “Rússia nunca vencerá na Ucrânia, nunca“. Por outro lado, ele também afirmou que os Estados Unidos não têm a intenção de destruir o país russo. Mais cedo, Putin disse exatamente o contrário. O chefe do Kremlin afirmou que é “impossível vencer a Rússia no campo de batalha“.
Segundo especialistas, os últimos movimentos mostram a escalada de tensões entre Rússia e Estados Unidos. Além disso, é preciso lembrar da tensão comercial entre os chineses e os americanos. Atualmente, China e Rússia são fortes parceiros comerciais e militares.