O mundo está enfrentando a pior crise alimentar dos últimos 14 anos. De acordo com um Fundo Monetário Internacional (FMI), a guerra na Ucrânia vem provocando interrupções dos fluxos de grãos e fertilizantes em todo o planeta.
Em síntese, a Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24 de fevereiro, ou seja, há mais de sete meses. Nesse período, os dois países, que são grandes produtores e exportadores globais de commodities, tiveram as suas atividades bastante afetadas.
Além disso, a Rússia é o maior produtor mundial de fertilizantes. Como as exportações destes itens caíram significativamente, diversos países não conseguiram manter as suas produções vegetais, responsáveis por alimentar milhões de pessoas no planeta.
Esse cenário caótico vem provocando a pior crise de segurança alimentar desde, pelo menos, 2008, época em que houve o colapso financeiro global, segundo o FMI. Aliás, a entidade afirmou que há cerca de 345 milhões de pessoas enfrentando escassez de alimentos no mundo.
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Preços dos alimentos disparam devido à guerra
A guerra na Ucrânia também elevou repentinamente os preços dos alimentos, e de maneira bastante firme. O estudo do FMI estima que os 48 países mais expostos à escassez de alimentos terão um gasto extra de US$ 9 bilhões em 2022 e 2023 com importações. E isso ocorrerá devido ao salto dos preços dos alimentos.
“Somente para este ano, estimamos que os países altamente expostos precisem de até 7 bilhões de dólares para ajudar as famílias mais pobres a lidar com a situação”, afirmaram a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, e outros funcionários da entidade em uma mensagem.
Vale destacar que o conflito no leste europeu teve início em um momento bem complicado. Isso porque o planeta estava começando a se recuperar dos impactos provocados pela pandemia da covid-19 nos dois anos anteriores.
Em resumo, a pandemia provocou uma crise global, afetando as cadeias de suprimentos em todo o mundo. E a guerra na Ucrânia agravou essa situação.
Por isso, o FMI pediu aos países um rápido aumento da assistência humanitária através do Programa Mundial de Alimentos e de outras organizações. Além disso, o fundo pediu medidas fiscais relacionadas à crise alimentar, principalmente nos países mais afetados, para ajudar a população mais pobre.
“A assistência social de curto prazo deve se concentrar em fornecer ajuda alimentar emergencial ou transferências de dinheiro para os pobres, como as recentemente anunciadas por Djibuti, Honduras e Serra Leoa”, disse Georgieva.
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