Um novo chanceler nomeado pelo Talibã anunciou na última segunda-feira, 27, que mulheres afegãs não poderão mais frequentar ou lecionar na Universidade de Cabul. O trabalho em cargos educacionais e outros na instituição também ficam probidos até que um ambiente islâmico seja criado.
De acordo com Mohammad Ashraf Ghairat, “Enquanto o verdadeiro ambiente islâmico não for fornecido para todos, as mulheres não terão permissão para ir às universidades ou trabalhar. O Islã primeiro”, declarou.
Na manhã do dia 27 o homem informou que a universidade já estava trabalhando em um plano B na tentativa de acomodar o ensino das alunas, embora ainda não tenha dado nenhum detalhe sobre o ocorrido até o momento.
No dia 12 de setembro, o Talibã declarou que não há com o que se preocupar, pois irá respeitar todos os direitos das mulheres que foram vedados durante a primeira gestão entre 1996 a 2001. Outro passo significativo foi dado pelo Talibã, que permitiu o retorno das mulheres às universidades, desde que usem o véu completo e em classes distintas dos homens, mesmo que a divisão ocorra somente por uma cortina.
A representante da ONU Mulheres no Afeganistão, Alison Davidian, declarou que apesar de o Talibã assegurar o respeito aos direitos das mulheres, os relatórios diários apresentam um retrocesso em comparação às promessas feitas.
Na oportunidade, o diretor também expôs a sua visão para a instituição, revelando que o objetivo do estabelecimento é transformar-se num centro para “todos os verdadeiros muçulmanos à volta do mundo se reunirem, pesquisarem e estudarem”.
O anúncio foi feito na segunda-feira pelo novo reitor da universidade, Mohammad Ashraf Ghairat, nomeado pelos talibãs, excluindo, assim, as mulheres do Afeganistão da vida pública.
“Enquanto não for criado um ambiente islâmico para todos, as mulheres não serão autorizadas a vir para as universidades ou trabalhar. O Islão primeiro”, disse, através da sua conta oficial na rede social Twitter.
Até então, as mulheres tinham sido autorizadas a continuar os seus estudos universitários, mas agora foi decretada a segregação de gêneros nas salas de aula e foi declarado que as estudantes, docentes e funcionárias devem usar hijabs de acordo com a interpretação do grupo da lei Sharia.
Depois da ausência de representantes femininas no recém-formado governo interino afegão, e do desaparecimento da maioria das mulheres das ruas do país, aumentam as preocupações sobre o que irá acontecer a seguir.