A jovem Ingrid Silva, que foi encontrada morta na Ilha da Madeira, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (02), foi arremessada enquanto ainda estava viva de uma ponte sobre o Rio Guandu pelo ex-namorado, Miguel Angelo Maia Pinho, que foi preso nesta terça-feira (06).
De acordo com a delegada Ellen Souto, titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), Ingrid morreu na noite de 24 de junho, quando foi vista pela última vez.
Segundo ela, as investigações apontam que a mulher se encontrou com Miguel, de quem estava separada havia um mês. Em seu depoimento, Miguel relatou que, no dia do encontro, foi com a ex, em sua moto, até Seropédica.
No trajeto, detalhou o acusado, os dois começaram a discutir. “Segundo Miguel, ele parou numa ponte na antiga Rio-São Paulo (BR-465) e arremessou Ingrid, ainda viva, no Rio Guandu”, disse a delegada.
O corpo de Ingrid só foi encontrado no dia 2, a pelo menos 25 quilômetros da ponte, na Baía de Sepetiba, às margens da Ilha da Madeira, em Itaguaí.
Conforme Ellen Souto, o corpo da mulher já estava bastante deteriorado e isso tem dificultado na determinação da causa da morte. Todavia, a principal suspeita é a de que Ingrid teria morrido ao cair no rio, pois o ponto onde ela foi arremessada conta com muitas pedras.
Agressões rotineiras
De acordo com a delegada, Ingrid e Miguel se conheceram em janeiro. Passado apenas um mês, os dois decidiram morar juntos e, desde então, uma série de agressão surgiu. “Ingrid não sabia que Miguel já tinha três anotações por agressão a ex-namoradas, incluindo a mãe dos filhos dele”, afirmou Ellen.
O estopim para Ingrid aconteceu em maio, quando Miguel tentou estrangulá-la com um cinto. “Ela procurou a Delegacia da Mulher de Jacarepaguá e conseguiu uma medida protetiva contra o ex”, emendou a titular da DDPA.
Casal se encontrou outras vezes
Mesmo com uma medida protetiva em vigor, os dois trataram de se encontrar em algumas oportunidades. No dia do crime, o ex, inclusive, sugeriu que os dois se encontrassem em algum local em que eles não pudessem ser vistos.
“Você quer que eu vá para a sua casa como, depois de tudo que aconteceu? Não tem condições de eu ir para sua casa mais. E não tem condições de você vir para cá. Então a gente tem que se encontrar e ir para um lugar que ninguém veja a gente”, disse Miguel em uma mensagem de voz.
Miguel foi preso em Realengo, no Rio de Janeiro. Por lá, ele hoje é considerado uma “persona non grata” por conta da repercussão do caso e está sendo jurado de morte pela milícia de Inhoaíba, atuante na região onde ele mora.
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