Uma mulher revelou, nesta quinta-feira (12), que foi assediada pelo cardiologista Walter Nei Nascimento em Santos, no litoral São Paulo. De acordo com a vítima, o crime teria acontecido enquanto ela passava por uma consulta com o médico, em junho deste ano.
Essa não é a primeira acusação contra Walter, que já foi denunciado em outras duas oportunidades por ter agarrado, a força, mulheres durante consultas que ocorreram em 2017. Em um destes casos, inclusive, o médico foi condenado em 2ª instância por importunação sexual.
A vítima revelada nesta quinta (12) surgiu em uma entrevista publicada pelo portal “G1”. Na reportagem, a mulher, que tem 53 anos, contou que foi até o médico porque queria tomar a vacina contra a Covid-19, mas, por ter problemas no coração, resolveu procurar o especialista para saber se havia algum problema em tomar o imunizante.
Segundo a mulher, ao chegar no consultório, Walter pediu que ela colocasse um avental para fazer um eletrocardiograma. Neste momento, contou ela ao “G1”, o médico passou a apalpar seus seios. “Eu o questionei porque estava fazendo aquilo e ele disse que era para ver se eu tinha nódulo. Eu expliquei que tinha feito mamografia recentemente e que não tinha, só então que ele parou”, explicou.
Todavia, a história não terminou naquele momento. Isso porque, de acordo com a mulher, logo após o exame ter terminado, e ela descido da maca, o médico a pegou pelo braço e a abraçou.
“Ele puxou minha máscara, deu dois beijos no meu rosto. Eu fiquei cismada e coloquei minha roupa. Depois dele receitar os remédios e pedir os exames, ele levantou, puxou minha máscara de novo e disse ‘eu vou te beijar de novo, porque eu achei você muito linda, adorei você’”, revelou a vítima.
Após a tentativa do médico, a mulher o chamou de louco e saiu rapidamente do local. “Nessa hora me dei conta do que estava acontecendo, já estava achando estranho, mas nesse momento tive certeza. O chamei de louco e sai às pressas do consultório”, afirmou.
Denúncia contra o médico
Conforme explica a vítima, a denúncia contra o médico foi feita somente no outro dia. Além disso, ela também enviou um e-mail denunciando o assédio ao plano de saúde Unimed, que divulgou uma nota informando que Walter não faz mais parte do quadro de funcionários da empresa.
“Eu sai atordoada e falei para secretária dele que aquele médico era louco e tentou me agarrar. Tive uma crise de pânico e fui socorrida por uma secretária de outro consultório. Estava desesperada”, começou.
“O mínimo que você espera em uma consulta, ou em qualquer lugar, é respeito. Me senti constrangida, com medo, invadida e impotente. Até hoje quando lembro sinto vontade de chorar. Quando vi na reportagem que tinham outras vítimas o sentimento de impunidade foi ainda pior”, concluiu a mulher.
Por fim, também ao portal “G1”, Arnaldo Haddad, advogado de defesa do médico, disse que o cardiologista nega as acusações, mas não vai se pronunciar sobre o caso, visto que tanto este, quanto os dois outros citados no começo da matéria, estão sob segredo de Justiça.
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