Bruna Araújo Campos, de 37 anos, afirma que foi vítima de injúria racial enquanto estava trabalhando durante um jogo no Mineirão, estádio localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais. A denúncia da mulher vem na mesma semana em que outras três revelaram que foram importunadas sexualmente no local.
De acordo com Bruna, em entrevista ao portal “G1” nesta sexta-feira (12), ela estava trabalhando em um jogo do Atlético Mineiro quando foi chamada, por um torcedor do time, de “lixo” e “macaca”.
“Me senti realmente um lixo, me senti revoltada. Por ser mulher e não ter ajuda de ninguém, a não ser ajuda dos colegas do bar”, disse ela, que revelou que estava no local trabalhando quando, na metade do jogo do Atlético Mineiro contra o Corinthians, um torcedor se irritou por conta de uma regra do estabelecimento.
Além da injúria
“Ele começou a me agredir verbalmente, me chamar de lixo, de macaca e falar comigo que ia me pegar lá fora e que eu iria ver”, contou Bruna, que afirmou que, momentos depois, o homem passou novamente na frente do bar e tornou a ofendê-la e dizer que iria agredi-la. “Ele disse: ‘Sua macaca, seu lixo, eu vou te pegar lá fora’”.
Conforme a mulher, um cliente que presenciou o fato tentou ir atrás do homem, mas acabou não o encontrando. Momentos depois, agressor e vítima tornaram a se encontrar e, desta vez, a mulher levou uma rasteira.
“Esse torcedor atleticano me deu uma rasteira, quando eu vim a cair em cima do meu braço e do punho. Deu luxação no punho e no braço. E meu telefone deu perda total. Fui atrás da segurança, mas lá naquele setor não tinha nenhum segurança. Então, eu esperei para ver o que poderia acontecer e eu não tive suporte de ninguém”, contou.
Bruna fala em abalo emocional
De acordo com a mulher, além da dor física, ela ficou muito abalada com o ocorrido no estádio. “Eu chorei muito, fiquei impressionada com tudo que aconteceu”, relatou ela, que disse que iria registrar um boletim de ocorrência nesta sexta (12).
Em nota, a administração do estádio afirmou que está investigando o que aconteceu. “O Mineirão repudia qualquer ato de discriminação ou preconceito de gênero, raça, cor e orientação sexual e está apurando este novo caso”, publicou.
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