Na última quarta-feira (28), a Caixa Econômica Federal anunciou que liberará financiamento imobiliário de até R$ 350 mil a partir de 7 de julho, quando serão implementadas as medidas do novo Minha Casa, Minha Vida, definido de acordo com fatores populacionais, sociais e de renda.
O novo limite de financiamento com recursos do FGTS (Fundo de Garantia) atende ao Nível 3 do Programa Habitacional, ou seja, para famílias com renda até R$ 8.000. Com a mudança, as incorporadoras poderão destravar empreendimentos.
Mudanças no Minha Casa, Minha Vida: Virada para as incorporadoras
As transformações no Minha Casa, Minha Vida (MCMV) vão deixar as incorporadoras com uma nova chance de lançar mão de empreendimentos que estavam perdidos devido ao aumento do preço dos materiais de construção. Assim, as empresas esperam retomar e antecipar projetos, e até mesmo realizar empreendimentos em novos bairros e cidades.
Está virada para as incorporadoras está relacionada à autorização do financiamento para imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida até R$ 350 mil. Cumpre destacar que, até então, o valor máximo era de R$ 264 mil e estava restrito a São Paulo, Brasília e Rio. Em outras cidades do país, o alcance ainda era mais limitado.
Em capitais do Nordeste e do Norte, por exemplo, o valor do teto era de até R$ 180 mil. Na prática, o efeito dessa situação é a redução do interesse do comprador. Quando os custos do projeto de uma empresa ultrapassam o teto, ele é vendido fora do MCMV por uma taxa de juros mais alta.
Externamente, as taxas de crédito imobiliário estão em torno de 10% a 10,5% ao ano + taxa referencial (TR). Internamente, considerando a faixa 3 do MCMV, os juros variam de 7,66% a 8,16% para quem ganha entre R$ 4.400 e R$ 8.000 por mês.
Opinião de analistas
Para os analistas do Credit Suisse Pedro Hajnal e Vanessa Quiroga, a mudança no valor do Minha Casa, Minha Vida deve desencadear duas movimentações. Primeiro, alguns empreendimentos devem elevar os preços para aproveitar o novo teto, o que ajudará a garantir o crescimento dos lucros da empresa.
Outro ponto, segundo eles, é que os outros projetos que estavam fora do teto permitido no programa agora podem ser enquadrados. Em seu relatório sobre o tema, o Credit Suisse afirmou:
Acreditamos que as empresas terão seus mercados de atuação ampliados, o que pode se refletir em maiores velocidades de vendas e um ambiente mais favorável para ganhos de preços.
Em outras palavras, as mudanças aprovadas no programa Minha Casa, Minha Vida vieram em boa hora, pois os tetos de preços estavam causando atrasos na produção, levando as empresas a espremer lucros devido ao aumento dos custos.