Um grupo do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) esteve, nesta quinta-feira (30), em frente à casa do senador Flávio Bolsonaro (Patriota), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para protestar. De acordo com as informações, a mansão do político fica no Lago Sul, uma região nobre de Brasília.
As movimentações no local começaram logo pela manhã, quando o grupo do MTST chegou com faixas, panelas vazias e caixas de som. No protesto, as pessoas que estavam no local gritaram palavras de ordem como “Fora Bolsonaro”.
O protesto aconteceu na mansão de Flávio Bolsonaro que, comprada em março deste ano, foi avaliada em quase R$ 6 milhões. Durante o ato, a Polícia Militar (PM) esteve no local para promover a segurança. Segundo a entidade, nenhum incidente foi registrado no protesto.
O intuito do MTST
Para o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, eventos como este tem o intuito de chamar a atenção para o aumento da fome no país.
“Enquanto o filho do Bolsonaro está comprando, de forma no mínimo duvidosa, uma mansão de mais de R$ 6 milhões, o povo brasileiro está na fila do osso, está voltando a cozinhar à lenha por causa do preço do botijão de gás”, disse Boulos.
Recentemente, um Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, feito pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) mostrou que, nos últimos meses de 2020, 19 milhões de brasileiros passaram fome e mais da metade dos domicílios no país enfrentou algum grau de insegurança alimentar.
Além disso, a pesquisa ainda estima que 116,8 milhões de pessoas conviveram com algum grau de insegurança alimentar no final de 2020 e 9% deles vivenciaram insegurança alimentar grave, isto é, passaram fome. De acordo com o instituto, a expectativa é que relatórios que retratem o ano de 2021 mostrem uma situação ainda mais alarmante.
Segunda manifestação
Na semana passada, assim como revelou o Brasil123, integrantes do MTST ocuparam a sede da bolsa de valores B3 para protestar contra a desigualdade social e o governo do presidente Jair Bolsonaro, cobrando ações para combater a insegurança alimentar em meio à disparada da inflação.
Na ocasião, a organização da manifestação divulgou uma nota justificando o ato e afirmando ser “inadmissível que quase 100 milhões de brasileiros estejam em situação de fome e insegurança alimentar enquanto os bilionários movimentam 35 bilhões de reais por dia” na bolsa”.
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