A Ford vai sair do Brasil. Mas o processo de saída vai ser mais burocrático do que a montadora imaginava. Nesta segunda-feira (15), o Ministério Público do Trabalho (MPT) decidiu que a empresa não pode demitir nenhum trabalhador brasileiro agora.
De acordo com o MPT, a empresa até vai poder fazer essas demissões. Mas isso só vai poder acontecer depois do fim de um acordo coletivo entre a empresa e os representantes dos empregados. Pelo menos essa é a ideia inicial.
A Ford ainda não se pronunciou sobre isso. Sabe-se que o MPT não tem poder de decidir diretivamente o que as empresas podem ou não podem fazer como força de lei. Seja como for, é provável que a Ford siga essa regra.
Afinal, é o MPT que está tentando mediar toda essa situação desde o começo da confusão. A Ford anunciou o fim das suas produções em fábricas do Brasil. O anúncio aconteceu no último dia 11 de janeiro. E de lá para cá, os trabalhadores não pararam de se movimentar.
Eles realizaram protestos nas sedes das três fábricas da empresa no Brasil. Uma fica no Ceará, outra em São Paulo e outra na Bahia. Aliás, os trabalhadores da Bahia realizaram um protesto na manhã deste terça-feira (16), já depois da decisão do MPT.
MPT e Ford
De acordo com a decisão do MPT, a empresa também não vai mais poder negar informações para os seus trabalhadores. Então sempre que um sindicato pedir algum tipo de dado oficial, a empresa vai ter que fornecer esses números ou informações.
Segundo as estimativas mais pessimistas, a saída da Ford do Brasil vai acabar com cerca de 120 mil empregos. A empresa diz que esse número é bem menor. Mas isso é só porque ela não considera a quantidade de empregos indiretos que se perderão nos próximos meses.