O Ministério Público Federal (MPF) revelou que dois inquéritos foram abertos para que o deputado estadual Arthur do Val (União Brasil-SP) seja investigado: ele é suspeito de ter participado da fabricação de coquetéis molotov na Ucrânia, em meio à guerra contra a Rússia.
Em março deste ano, o parlamentar divulgou que estava na Ucrânia preparando os materiais para o exército do país. Nas redes sociais, inclusive, o parlamentar apareceu sentado ao lado de dezenas de garrafas de motolov.
Na ação, que começou por conta de um pedido deputado estadual Emidio de Souza (PT-SP), o MPF solicitou “informações acerca da viagem do parlamentar no país europeu a fim de constatar se ele teria contribuído para a fabricação dos coquetéis”.
O texto do órgão explica que as violações de tratados internacionais, assinados pelo Brasil, proíbem ou restringem o uso e a fabricação de armas do mesmo tipo das produzidas pelo parlamentar no território ucraniano por conta de sua capacidade de destruição.
Deputado comemora investigação
Depois de confirmada a investigação, Emidio de Souza foi ao Twitter comemorar os inquéritos abertos contra Arthur do Val, dizendo que a fabricação de coquetéis molotov “constitui uma grave violação a tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário”.
“Além da misoginia e machismo, Arthur do Val admitiu ter ido à Ucrânia para fabricar coquetel-molotov e isso constitui uma grave violação a tratados internacionais do qual o Brasil é signatário”, começou Emidio de Souza, completando que, “em um momento em que o mundo clama por paz, um cidadão brasileiro, que para nossa tristeza ainda é deputado, atravessa o mundo alegando missão humanitária e vai fabricar armas incendiárias e desrespeitar as mulheres. Isso é absurdo e não vai ficar impune”.
Parlamentar a beira e perder o mandato
Além da discussão sobre o uso desses artefatos proibidos, Arthur do Val está prestes a perder seu mandado como deputado, pois Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) vai julgá-lo por conta do vazamento de áudios do deputado com comentários sexistas sobre as ucranianas. Nas gravações, assim como publicou o Brasil123, o deputado disse que as mulheres da Ucrânia “são fáceis porque são pobres”.
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