O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, saiu da pasta em março, mas sua passagem pelo órgão ainda tem causado reflexos negativos a ele. Desta vez, o Ministério Público Federal (MPF) enviou à Justiça Federal uma ação pedindo que o general seja julgado por improbidade administrativa.
A ação, divulgada na noite de sexta-feira (02), cita atos de Pazuello que, segundo os procuradores, prejudicaram o combate à pandemia de Covid-19 no país. Dentre os tópicos citados pelo MPF está a lentidão na compra de vacinas e a adoção do chamado “tratamento precoce” com remédios sem eficácia comprovada contra o vírus.
Ressarcimento milionário
Além disso, o MPF também quer que Pazuello ressarça em R$ 122 milhões os cofres públicos. De acordo com o órgão, a quantia seria referente ao prejuízo que a gestão do general causou. Agora, caberá à Justiça decidir se tornará Pazuello réu.
Ao todo, oito procuradores da República assinaram o pedido contra Pazuello. Eles listaram atitudes do ex-ministro para justificar a improbidade administrativa. Entre elas estão:
- Omissão injustificada na aquisição de vacinas para imunizar a população ainda em 2020;
- Adoção ilegal – e indevida – do chamado “tratamento precoce” como principal ação de política pública contra a pandemia;
- Omissão na ampliação de testes para a população e na distribuição de milhares de kits de testes PCR, a ponto de perderem a sua validade;
- Ação deliberada para dificultar o acesso da sociedade às informações essenciais sobre a pandemia.
Ainda no pedido, os procuradores afirmam que a omissão e a negligência do ex-ministro da Saúde nas negociações das vacinas custou caro à sociedade, que, de acordo com os procuradores, sofre os efeitos sociais de uma economia em crise e sem perspectiva de reação.
“Por conta da gestão do ex-ministro, a saúde da população amarga índices descontrolados de morbidade e mortalidade por Covid-19. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS), cujos leitos de UTI Covid-19 adulto, só no primeiro semestre de 2020, custaram R$ 42 milhões/dia ou R$ 1,27 bilhão/mês, mostram um total descontrole de gastos por parte da gestão do ex-chefe da pasta”, afirmam os procuradores na ação.
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