A Procuradoria da República no Distrito Federal quer saber se o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, exerceu alguma pressão política sobre a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Para isso, por meio do procurador Anselmo Henrique Cordeiro, o órgão revelou, nesta quinta-feira (16), que instaurou uma investigação sobre o caso.
De acordo com o procurador, o caso onde a pressão poderia ter ocorrido aconteceu no mês passado quando, assim como publicou o Brasil123, a Febraban e outras entidades fizeram um texto e para publicar em seus canais oficiais. Na mensagem, as organizações pediam “harmonia e colaboração” entre os poderes da República.
Todavia, pouco antes de o manifesto vir à tona, tanto a Caixa Econômica, quanto o Banco do Brasil, ameaçaram que, caso o texto fosse divulgado, saíram da Febraban. Na oportunidade, a ameaça foi feita porque aliados do governo enxergaram no documento um ataque político à gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No pedido de investigação, o procurador chega a citar publicações jornalísticas que dizem sobre o movimento dos dois bancos públicos contra o manifesto. Segundo Anselmo Henrique, o movimento teria sido liderado por Pedro Guimarães.
Nesse sentido, afirma o procurador em seu pedido de investigação, fica configurada pressão política do presidente da Caixa e, com isso, ele pode ser enquadrado por improbidade administrativa ou pelo crime de ameaça, previsto no Código Penal.
Por fim, Anselmo Henrique ainda diz que a atitude de Pedro Guimarães mostra uma “possível politização da instituição financeira”. Segundo ele, tal fato acaba “afetando a governança e a credibilidade de sua atuação”. Agora, o presidente da Caixa terá dez dias úteis para dar sua versão sobre o caso. A Febraban e o Banco Central também deverão se pronunciar.
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