O Ministério Público (MP) pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que o órgão investigue os gastos do presidente Jair Bolsonaro (PL) ligados às suas internações referente ao tratamento por conta do ataque sofrido pelo chefe do Executivo em 2018, quando ele levou uma facada.
De acordo com o pedido, feito nesta terça-feira (18) após uma reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, essa apuração é necessária “em face da falta de transparência sobre os valores envolvidos”.
Na semana passada, a “Folha” publicou uma matéria em que afirma existir conflitos entre as versões sobre o assunto apresentadas pelo Planalto e pelo hospital Vila Nova Star, em São Paulo, local este onde Bolsonaro foi internado três vezes desde o início do governo.
Segundo o jornal, além da questão do tratamento em si, nem o hospital e nem o Planalto esclareceram, por exemplo, como foi pago o avião que buscou em Nassau, nas Bahamas, o médico Antônio Luiz Macedo, que é quem vem acompanhando o presidente desde o ataque – o especialista interrompeu suas férias para analisar de perto o presidente no começo do ano.
“A despeito da necessidade das internações, o fato é que os gastos com a saúde do Presidente da República constituem despesas públicas e, como tal, devem primar pela transparência, o que não vem sendo observado pelos órgãos competentes”, disse no documento o Lucas Furtado, subprocurador-geral do MP.
De acordo com a matéria da folha que serviu como base da solicitação feita pelo MP, o governo afirmou que faturas das internações passadas de Bolsonaro não haviam sido apresentadas pelo hospital.
Por outro lado, o Vila Nova Star divulgou um comunicado dizendo que as faturas, com exceção da de janeiro, já haviam até sido “pagas pela Presidência da República”. Em resposta, a secretaria-geral da Presidência afirmou que recebeu apenas uma fatura, de R$ 7.500, relativa à internação de julho de 2021.
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