O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu à Justiça carioca a abertura de um inquérito que tem como foco investigar se o ex-vereador e influenciador digital Gabriel Monteiro e a sua equipe cometeram crime de tortura contra um caminhoneiro. Isso, em agosto de 2021.
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De acordo com informações publicadas pela “TV Globo” nesta segunda-feira (08), na época do suposto caso, Carlos Henrique Santos Araújo contou à polícia que foi ameaçado e agredido com socos e chutes, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Na ocasião, Gabriel Monteiro prestou um depoimento e disse que esteve no local após ter recebido uma denúncia de que havia um bingo clandestino na região.
Segundo o ex-deputado, na ocasião, o caminhoneiro estava com máquinas caça-níqueis. Gabriel Monteiro disse que foi ameaçado e agredido pelo motorista, em um caso tratado como lesão corporal que e estava no Juizado Especial Criminal. No entanto, a promotora Márcia Piatigorsky teve outro entendimento.
“Ao longo dos agressões físicas direcionadas a Carlos, ouvia-se dos homens ‘ala o nome senão a gente coloca você na mala’, de modo que fica evidente que o animus da conduta dos agentes não era o de lesionar, mas o de obter informações da vítima, de modo que as agressões figuraram como o meio, e não o fim, para a obtenção da informação pretendida pelo grupo em questão”, disse a promotora.
Segundo ela, os relatos acabam por descaracterizar o delito de lesão corporal inicialmente imputado, de modo que a conduta em questão parece, segundo Márcia Piatigorsky, “melhor amoldar ao delito de tortura, com previsão no art. 1º, I, a, da Lei 9455/97”.
O documento foi enviado ao Juizado Especial Criminal e analisado pela juíza Maria Tereza Donatti, que concordou com os argumentos da promotora e distribuiu o processo para a 5ª Vara Criminal. Na semana passada, o novo promotor do caso pediu investigações complementares e a abertura de um inquérito pela Delegacia de Copacabana.
Segundo a “TV Glovo”, entre as novas diligências, o MPRJ quer a identificação e o depoimento de todos os envolvidos na ocorrência, incluindo uma testemunha citada pela vítima e os policiais miliares acionados durante a confusão.
A defesa de Gabriel Monteiro, que perdeu seu mandato como vereador e desde novembro do ano passado está preso acusado de estuprar uma mulher, ainda não se pronunciou sobre a suposta tortura cometida contra o caminhoneiro em 2021.
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