Lucas Furtado, subprocurador-geral do Ministério Público de Contas pediu, nesta segunda-feira (31), o arquivamento da investigação sobre o contrato do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) com a consultoria americana Alvarez & Marsal, um escritório responsável pela administração judicial de empreiteiras investigadas pela Lava Jato.
De acordo com o subprocurador-geral, a tomada de contas de Sergio Moro com base no princípio da transparência na administração pública não faz sentido. Isso porque, de acordo com ele, o dinheiro pago ao ex-juiz foi privado e, por isso, o Tribunal de Contas da União (TCU) não tem competência para atuar.
Em entrevista à “CNN Brasil”, Lucas Furtado afirmou que “em relação ao processo que envolve o ex-juiz, a minha manifestação não é um atestado de regularidade, mas examinei melhor e disse antes que o STF o dissesse porque o dinheiro é privado”.
Hoje, o processo do TCU apura se há conflito de interesses na relação entre Sergio Moro e o escritório americano. Em seu pedido de arquivamento, Lucas Furtado disse que o processo deve ser encerrado “a título de racionalização administrativa e economia processual”.
Com isso, a ação será encaminhada ao ministro Bruno Dantas, do TCU, que irá decidir se procederá ao arquivamento ou não. De acordo com a “CNN Brasil”, a tendência é que Bruno Dantas espere o resultado de um relatório da área de inteligência do tribunal.
Dinheiro recebido por Sergio Moro
Assim como publicou o Brasil123, na última sexta-feira (28), o ex-ministro revelou que, ao longo de 12 meses, recebeu cerca de R$ 3,6 milhões pelos serviços prestados à consultoria. Apesar disso, ele negou que tenha atuado para auxiliar a Odebrecht, que foi um dos principais alvos da Operação Lava Jato, que tinha o ex-juiz à frente dos julgamentos.
Depois do pedido de Lucas Furtado, Sergio Moro divulgou uma nota afirmando que “o arquivamento apenas confirma o caráter abusivo do procedimento no TCU” e a “lisura” de seu contrato na esfera privada.
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