A sede da Bolsa de Valores brasileira, a B3, foi ocupada nesta quinta-feira (23) por integrantes de movimentos sociais. A saber, os manifestantes protestam contra o desemprego no país, que continua em nível bastante elevado, a inflação, que também segue nas alturas, e a fome.
De acordo com os manifestantes, a Bolsa de Valores representa as grandes empresas do país, que continuam crescendo, enquanto as pessoas de renda mais baixa seguem excluídas economicamente. Aliás, o Ibovespa, principal índice acionário da B3, acumulava fortes avanços em junho, e isso motivou os integrantes dos movimentos sociais a escolherem a bolsa brasileira para protestar.
Os manifestantes também afirmaram que os mais ricos do país movimentam bilhões de reais por dia na Bolsa de Valores, enquanto quase metade da população do Brasil vive com insegurança alimentar. Em resumo, o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani 2019), divulgado no último dia 2, revelou que 47,1% das famílias do Brasil vivem essa realidade.
Além disso, os manifestantes citaram o aumento de bilionários no país. Segundo a Forbes, o Brasil passou a contar com 40 novos bilionários neste ano. E o que vem aquecendo isso é justamente o mercado de capitais, representado pela Bolsa de Valores. Enquanto os milionários do país crescem, as pessoas mais pobres ficam mais pobres, afirmam.
Manifestantes também protestam contra fome e inflação
O Brasil até começou o ano com forte recuperação econômica. Em suma, o país encerrou o primeiro trimestre com um crescimento de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado do semestre, o valor também ficou negativo, embora a economia tenha caído no segundo trimestre. Inclusive, o resultado do Brasil foi um dos piores do G-20 no período.
O país ainda sofre com uma inflação bastante elevada. A propósito, o Banco Central (BC) elevou ontem (22) pela quinta vez seguida a taxa básica de juros do país, a Selic. Aliás, este é o principal instrumento do BC para conter as altas da inflação, que é justamente o aumento do valor dos produtos no país.
Em síntese, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor. Assim, desaquece a economia e funciona para segurar a chamada “inflação por demanda”. O problema é que os consumidores pagarão mais caro para obter crédito no país e continuarão pagando mais caro para adquirir alimentos, visto que a inflação continua subindo.
Nesse caso, vale ressaltar que a alta da Selic ajuda a segurar a inflação, mas não controla por completo esses avanços. A saber, existem outros fatores que elevam a taxa, como o dólar mais caro e o aumento de gastos públicos. E tudo isso ocorre no Brasil.
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