Hamilton Mourão (Republicanos), vice-presidente da República, afirmou nesta quinta-feira (14) que não é papel dos militares interferir no processo eleitoral. Além disso, ele afastou a possibilidade de acontecer algo no Brasil parecido com o que aconteceu nos Estados Unidos, quando manifestantes invadiram Capitólio porque não concordavam com o resultado das eleições americanas.
“A palavra está dada pelo ministro da Defesa e pelo comandante das Forças Armadas que ninguém vai interferir em nada de processo eleitoral. Nem é papel militar”, afirmou o vice-presidente, que neste ano deve concorrer a uma vaga no Senado pelo estado do Rio Grande do Sul. “O que existe hoje é um ‘metaverso’ que vem sendo criado, por parcela da imprensa, querendo que aconteça a eleição aqui no Brasil da mesma forma que aconteceu nos Estados Unidos”, completou ele.
A declaração de Mourão foi dada em uma entrevista concedida à revista “Veja”. Na ocasião, ele afirmou que o processo eleitoral é “totalmente diferente” nos Estados Unidos e isso indicaria que os episódios não devem se repetir no Brasil. “Então aqui não tem espaço para 6 de janeiro porque aqui não existe 6 de janeiro”, afirmou.
Essa declaração de Mourão foi dada alguns dias depois de uma fala de Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante um evento em Washington, nos Estados Unidos. Na ocasião, assim como publicou o Brasil123, Edson Fachin afirmou que existe a possibilidade de o Brasil passar por um episódio “ainda mais agravado” do que o registrado nos Estados Unidos.
Durante a entrevista desta quinta, Mourão também afirmou que não existe “tensão” no Exército em relação às eleições. “Por que o grupo militar estaria tenso? O grupo militar só será usado… Qual é uma das funções das Forças Armadas? Garantir a lei e a ordem, se houver uma baderna generalizada no país, independente de quem forem os baderneiros e o sistema policial não der conta disso”, afirmou.
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