Hamilton Mourão (Republicanos), vice-presidente da República, afirmou nesta segunda-feira (20) que, em sua visão, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras sobre a alta dos combustíveis não deve acontecer.
“Acho que não vai nem andar isso aí. Não tem nem tempo. Estamos aí em fase quase eleitoral”, disse o vice-presidente em entrevista a jornalistas quando ele chegava ao Palácio do Planalto. “Acho difícil que uma CPI vá andar nesse momento”, acrescentou Mourão sobre a CPI.
A comissão foi sugerida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) após a Petrobras ter anunciado o aumento dos combustíveis. Assim como publicou o Brasil123, a Petrobras anunciou na sexta-feira (17), depois de 99 dias, novas altas nos preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras.
Os novos preços começaram a valer no sábado (18). Com o aumento, o preço médio da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro (alta de 5,18%). Já o diesel passou de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro (alta de 14,26%).
No sábado, Bolsonaro disse que o governo iria “para dentro da Petrobras”. “Conversei ontem com o líder da Câmara para a gente abrir uma CPI segunda-feira. Vamos para dentro da Petrobras”, afirmou o presidente da República. Na ocasião, ele disse que é “inadmissível, com uma crise mundial, que a Petrobras se gabe dos lucros que tem”.
Segundo as informações, os próximos passos da ofensiva do governo sobre a estatal serão discutidos nesta segunda, em reunião de líderes convocada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). No entanto, conforme publicou o Brasil123, apesar dos ataques do final de semana, a CPI não deve ir para frente.
Isso porque a comissão poderia evidenciar a tentativa do governo de influenciar na estatal na tentativa de tirar a culpa de Bolsonaro por conta dos aumentos seguidos. Além disso, o governo viu como uma “vitória” a renúncia do presidente da estatal, José Mauro Coelho, que deixou o cargo nesta segunda.
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