Hamilton Mourão (Republicanos), vice-presidente da República, voltou a comentar sobre a condenação do deputado Daniel Silveira (PDT), sentenciado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o general da reserva, a decisão da Corte foi uma afronta à democracia brasileira.
Pedidos de volta da ditadura são ‘liberdade de expressão’, diz Mourão
“Se eu sou ofendido, vou na delegacia, faço um boletim de ocorrência e processo o cidadão que me ofendeu. No caso, o que estamos vendo: se sou ministro do STF, mando prender. Isso é um verdadeiro arbítrio e ataque à democracia”, disse o vice-presidente.
A declaração de Mourão foi feita durante sua entrevista à “Rádio Guaíba”, do Rio Grande do Sul, neste sábado (14). Na ocasião, ele reprovou as falas do deputado, que ameaçou ministros do STF. No entanto, ele acabou minimizando o ato, dizendo que os atos podem ser classificados como “expressões de uma pessoa que não é educada”.
“Mas ele é um parlamentar. Ele tem liberdade para fazer isso”, completou o vice-presidente, afirmando que acredita existir um “ativismo judicial”, que estaria conectado à perda de confiança da população na política. “Isso rompe a harmonia, o equilíbrio, que é um dos fundamentos do sistema democrático”, disse.
Mourão disputará o Senado
Vice-presidente durante todo o primeiro mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL), Mourão colecionou polêmicas com o chefe do Executivo, o que acabou minando a relação entre os dois. Em certo momento, Bolsonaro chegou a dizer que o aliado atrapalhava mais do que ajudava.
Por conta dos desencontros entre os dois, Mourão não será o vice de Bolsonaro nas eleições deste ano. Essa será a primeira vez que um vice não segue o chefe do Executivo em uma disputa de reeleição. Ao invés de tentar continuar no Palácio do Jaburu, casa dos vices-presidentes, Mourão tentará uma vaga no Senado. Ele será, com o apoio de Bolsonaro, candidato pelo estado do Rio Grande do Sul.
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