Para o vice-presidente da república, Hamilton Mourão, existe sim a possibilidade de o Brasil passar por um “racionamento de energia elétrica”. A declaração do político vai de encontro com o que dizem outros membros do governo, que descartam essa hipótese.
Mourão deu sua opinião nesta quarta-feira (01) em entrevista coletiva no Palácio do Planalto após ser questionado sobre a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de criar uma taxa extra para a conta de luz.
“O que eu tenho acompanhado é que o governo tomou as medidas necessárias, criou uma comissão para acompanhar e tomar as decisões a tempo e a hora, no sentido de impedir que ocorra um apagão. Agora, pode ser que tenha que ocorrer algum racionamento”, salientou Mourão.
A declaração de Mourão diverge da afirmação dada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Segundo o chefe da pasta, em um pronunciamento nacional feito na terça (31), não existe a possibilidade de um racionamento de energia no Brasil.
Na oportunidade que negou a hipótese, Bento Albuquerque disse que a “condição hidroenergética se agravou”, sendo necessário que os brasileiros reduzam o desperdício de energia nos próximos meses.
Energia mais cara
Na terça-feira (31), assim como publicou o Brasil123, o governo brasileiro implementou a chamada “bandeira tarifária escassez hídrica”, que irá vigorar até abril do ano que vem.
Com a decisão, a conta de energia ficará R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Antes disso, o preço extra mais caro era o da “bandeira vermelha patamar 2”, que tinha um valor de R$ 9,49.
Pior crise hídrica em 90 anos
De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema (ONS), o Brasil vive hoje a sua pior crise hídrica levando em consideração os últimos 91 anos. Nesse sentido, dados mostram que os reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, por exemplo, que correspondem a 70% da energia gerada no Brasil, estão com apenas 21,3% da capacidade de armazenamento.
A situação pode se agravar ainda mais. Prova disso é que, segundo as projeções da própria ONS, esses reservatórios podem chegar a 10% da capacidade em novembro. Para Bento Albuquerque, durante o seu pronunciamento, a redução de consumo é algo “inadiável” no momento.
Para aumentar a segurança energética e afastar o risco de falta de energia no horário de maior consumo é necessário que a administração e o consumidor participem de um esforço inadiável de redução do consumo”, afirmou o ministro.
Leia também: Veja o Parecer de Reforma Administrativa, protocolado na Câmara
Qui legal qui fruta é essa parecendo muela de frango