Hamilton Mourão (Republicanos), vice-presidente da República, afirmou nesta sexta-feira (20) que Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), é parcial e que o chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), está usando as armas que a Justiça lhe deu.
Bolsonaro foca em Alexandre de Moraes, próximo presidente do TSE, para plantar teoria da conspiração
“O presidente usa as armas que a Justiça lhe dá. Uma vez que a gente considera que magistrado está agindo parcialmente, em relação a sua pessoa, você tem essas armas para utilizar”, disse Mourão ao comentar sobre as tensões do presidente com o Judiciário.
Na sequência, ele foi questionado se, em sua opinião, Alexandre de Moraes é parcial em suas decisões e respondeu positivamente. “Eu considero parcial. Eu acho que está havendo disruptura nisso aí tudo. Eu concordo que o presidente utilizou instrumentos que tinha à disposição”, completou o vice-presidente a jornalistas que o acompanharam no Palácio do Planalto.
Encontro de Bolsonaro e Elon Musk
Em outro momento, Mourão disse que não foi informado do encontro desta sexta entre Bolsonaro e Elon Musk, o homem mais rico do mundo. De acordo com o vice-presidente, ele só ficou sabendo do encontro após ter visto a imprensa divulgando o fato.
Assim como publicou o Brasil123, Elon Musk e Bolsonaro se encontraram em um hotel no interior de São Paulo. Segundo o Ministério das Comunicações, a pauta da reunião foi a possibilidade de o bilionário fazer investimentos na Amazônia. Hoje, Mourão, que afirma não ter sido comunicado sobre o evento, é o coordenador do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL).
Mourão disputará o Senado
Vice-presidente durante todo o primeiro mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL), Mourão colecionou polêmicas com o chefe do Executivo, o que acabou minando a relação entre os dois. Em certo momento, Bolsonaro chegou a dizer que o aliado atrapalhava mais do que ajudava.
Por conta dos desencontros entre os dois, Mourão não será o vice de Bolsonaro nas eleições deste ano. Essa será a primeira vez que um vice não segue o chefe do Executivo em uma disputa de reeleição. Ao invés de tentar continuar no Palácio do Jaburu, casa dos vices-presidentes, Mourão tentará uma vaga no Senado. Ele será, com o apoio de Bolsonaro, candidato pelo estado do Rio Grande do Sul.
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