Motoristas de aplicativo podem entrar em greve por conta da alta dos combustíveis promovida pela Petrobras na última quinta-feira (10). Isso porque, de acordo com os profissionais, esse reajuste pode inviabilizar o modelo de trabalho.
Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, Eduardo Lima de Souza, presidente da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp), afirmou que uma eventual paralisação já começou a ser alinhada com caminhoneiros e entregadores.
De acordo com ele, com o aumento da Petrobras, pode haver uma debandada de profissionais dispostos a trabalhar nessas plataformas. “Se nada for feito, teremos uma diminuição bem drástica nos motoristas de aplicativos”, conta ele, explicando que o atual cenário pode, inclusive, significar o fim da modalidade dos motoristas de aplicativo.
Segundo o presidente da Amasp, desde que foi criado, o modelo de negócio das corridas por aplicativo tem se baseado no simples raciocínio de que basta trabalhar mais horas para lucrar mais. Todavia, conta ele, o grande problema é que, com os reajustes, as horas trabalhadas necessárias para que os motoristas possam cobrir seus custos podem alcançar patamares impraticáveis.
“Não tem como o motorista se sustentar tendo em vista que a gasolina está mais cara que a corrida. Motorista vai ter que tirar dinheiro do bolso para o passageiro chegar no seu destino”, diz Eduardo Souza.
Por fim, o presidente da Amasp conta que tanto a Uber quanto a 99 estão conversando com os profissionais na tentativa de minimizar o impacto. Apesar disso, conta ele, as duas companhias já passaram a temer que as ajudas não sejam insuficientes.
“Digo isso em comparação ao auxílio Covid lançado pelas plataformas. O motorista que contraísse Covid recebia um auxílio. Isso teve um prazo, não durou muito tempo. A pandemia ainda não acabou, motoristas ainda estão contraindo Covid-19 e não podem mais contar com o auxílio, porque não tem mais esse programa”, relembra Eduardo Souza.
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