A motorista Marcia Angola, de 40 anos, revelou, no domingo (15), em uma entrevista ao programa “Fantástico”, da “Rede Globo”, como conseguiu escapar do assalto que ela sofreu no mês passado, em Tangará da Serra, no Mato Grosso.
Na ocasião, a mulher foi assaltada, espancada e depois atirada de uma ponte pelos suspeitos do crime: quatro adolescentes. Segundo as informações, a altura da queda era de nove metros e a vítima caiu dentro de um rio.
De acordo com Marcia, que é motorista de aplicativo, seu corpo ainda dói por conta dos momentos de terror. Todavia, ela não reclama, pois agradece o fato de estar viva, mesmo após os momentos de sofrimento.
“Se hoje uma pessoa chegasse para mim e contasse ‘você vai passar por isso, vai sobreviver’, eu não iria acreditar. Porque foi de uma agressividade sem tamanho”, disse a condutora ao “Fantástico”.
Como o crime contra Marcia aconteceu
Durante a entrevista, Marcia relembrou como tudo aconteceu. Segundo ela, era uma sexta-feira e, em dado momento, o aplicativo avisou que ela tinha uma nova corrida. Ao chegar no embarque, quatro adolescentes entraram no carro: foi aí que tudo começou.
Os menores, armados, anunciaram o assalto. Em seguida, os suspeitos colocaram a mulher no banco de trás e passaram a torturá-la, dizendo que iriam matá-la. Segundo informou a vítima, eles queriam o carro dela, um Hyundai HB20, além de dinheiro e do celular.
Após perceber que as agressões não iriam parar, a mulher teve a ideia de fingir que havia desmaiado. Como viram que ela não estava reagindo, os jovens pararam o carro em cima da ponte, jogaram a mulher no rio e fugiram.
Segundo a reportagem do programa da “Rede Globo”, mais de nove metros separam o parapeito da ponte da superfície de água em que a mulher foi parar.
O que ajudou a vítima, que não sabe nadar, a não ter mais dificuldades do que as que já enfrentava, foi o fato de a profundidade do rio estar em 75 centímetros, por conta da seca que atinge o local. Além disso, o nível da água também ajudou com que o impacto da queda fosse reduzido.
Após cair na água, a mulher se levantou e tentou procurar ajuda, mas não conseguiu encontrar com tanta facilidade. Isso porque ela teve que percorrer cerca de sete quilômetros para conseguir socorro, que veio apenas na terceira chácara onde parou.
Bastante machucada, principalmente no rosto, ela foi levada para o hospital municipal para receber atendimento médico, mas não ficou internada. Após uma perseguição, os jovens acusados do crime foram presos por agentes da Polícia Militar (PM) e confessaram as crueldades contra a motorista.
Por fim, Marcia ainda revela que, após toda essa história, ainda encontrou forças para voltar ao trabalho de motorista de aplicativo. “Eu tive uma nova oportunidade, a de estar viva. Não é fácil para ninguém que passou por uma situação dessa, mas a gente tem que olhar para frente e esperar que as coisas vão ser melhores”, disse.
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