Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta sexta-feira (21) a quebra do sigilo das imagens de circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Na data em questão, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Palácio do Planalto, STF e Congresso Nacional -, em atos sem precedentes na história do Brasil.
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Em sua decisão, Alexandre de Moraes também determinou que agentes da Polícia Federal (PF) ouçam servidores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que estavam no palácio durante a invasão. Hoje, Alexandre de Moraes é o relator das investigações sobre os atos golpistas do 08 de janeiro.
A ação de servidores do GSI entrou no foco da discussão política em Brasília nesta semana. Isso, por conta da divulgação de imagens do circuito interno que mostram o ex-ministro da pasta, general Gonçalves Dias, circulando entre os invasores extremistas.
Os vídeos não haviam sido publicados antes porque o GSI havia determinado o sigilo de cinco anos sobre as gravações. Todavia, com a divulgação das imagens, foi possível constatar, além de Gonçalves Dias no Palácio do Planalto, outros integrantes do GSI conversando com os extremistas.
De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, emissora essa que publicou os vídeos do GSI, um dos agentes do órgão que aparece nas gravações é o major José Eduardo Natale, que oferece água aos invasores. Com a divulgação das imagens, Gonçalves Dias pediu demissão.
Esse pedido aconteceu após uma reunião dele com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros da gestão do petista. O general foi o primeiro ministro demitido por Lula desde que ele assumiu seu terceiro mandato como chefe do Executivo.
Nesta sexta, Alexandre de Moraes afirmou que determina “a quebra do sigilo da divulgação das imagens do dia 8/1/2023 do circuito interno de segurança do Palácio do Planalto em poder do GSI, com o envio a esta Suprema Corte, em 48 horas, de todo o material existente, observada a preservação integral das imagens, que será aferida em posterior perícia, para efeito de preservação da cadeia de custódia”. Alexandre de Moraes também afirmou que a tomada de depoimento dos servidores pela Polícia Federal é necessária para “aferição das condutas individuais”.
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