O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou nesta terça-feira (10) a prisão de Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal. Fábio Augusto Vieira comandou a Polícia Militar no último domingo (8) quando radicais bolsonaristas invadiram e danificaram o Palácio do Planalto, a Assembleia Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
Fabio Augusto substituído
Na segunda-feira (9), Fabio Augusto foi substituído pelo interventor federal Ricardo Cappelli, e o coronel Klepter Rosa Gonçalves assumirá o posto. Vale ressaltar que, segundo a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), Fabio compartilhou informações falsas com o governador Ibaneis Rocha, que se encontra afastado do cargo há 90 dias.
Conivência da Polícia Militar
Vários vídeos circularam nas redes sociais mostrando um grupo de policiais observando sem reação a invasão radical bolsonarista do Congresso. Com isso, algumas suspeitas recaíram sobre a Polícia Militar do DF, que poderia estar em conluio com os terroristas. “Havia um efetivo planejado e um efetivo real, em um certo momento esse efetivo era 3 ou 4 vezes menor que o planejado. Por que aconteceu isso? Realmente a cadeia de comando da polícia do DF que vai responder”, disse o ministro da Justiça Flávio Dino nesta terça (10).
Além disso, Ricardo Cappelli, interventor da Segurança Pública do Distrito Federal, disse que as forças de segurança locais, comandadas à época pelo ex-ministro Anderson Torres, realizaram uma manifestação golpista devido a suas “ações de sabotagem”.
Intervenção federal
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou até 31 de janeiro a intervenção federal nas Forças Armadas, nomeando Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, para o cargo. O ex-comandante-chefe da PMDF é alvo de pedido de afastamento do procurador-geral dos Distritos e Territórios Federais, Georges Seigneur. Cappelli, por exemplo, comparou o plano de segurança para a posse do presidente Lula (PT) há uma semana com a forma como a polícia recebeu a tentativa de golpe no domingo.
“O que mudou em 7 dias? É simples, no dia 2, Anderson Torres assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, exonerou todo o comando da secretaria e viajou. Se isso não é sabotagem, não sei o que é”, afirmou Cappelli.