O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deu quatro horas à Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal neste sábado (29) para elaborar um relatório detalhando como vem sendo a atuação do combate ao crime eleitoral nos últimos dias.
Desse modo, tendo em vista que o segundo turno das eleições será realizado neste domingo (30), Moraes determinou que, devido ao curto prazo, a Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal serão notificadas eletronicamente.
Motivação do pedido
Os motivos do presidente do TSE vieram por meio de um pedido do PT, alegando que o Judiciário e a Polícia Federal poderiam “apoiar” a candidatura do presidente Bolsonaro, que busca a reeleição.
Dessa forma, na ação encaminhada ao TSE, o deputado reeleito Paulo Teixeira citou relatos de vários veículos de comunicação, referindo-se às operações em curso nos últimos dias e ao suposto apoio da PF e da PRF à campanha de Jair Bolsonaro.
Importante destacar que, na noite de sexta-feira (28), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, escreveu no Twitter que a campanha petista recebeu denúncias sobre o uso das duas corporações pelo governo para realizar negócios com “objetivo eleitoral”. “Diante de quem nunca hesitou em usar o Estado contra adversários, estamos pedindo providências ao TSE, em nome da lisura da eleição”, afirmou ela.
Decisão de Moraes
“As diversas notícias recentes, dando conta de um suposto aparelhamento da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal, em ações concertadas para beneficiar o candidato Bolsonaro, adquire contornos deveras sensíveis, notadamente em vista dos anúncios públicos a respeito da realização de operações em regiões historicamente favoráveis ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, diz trecho da representação feita ao TSE pela campanha petista.
De acordo com Moraes, o Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal deve informar os procedimentos e objetivos da citada operação. Além disso, determinou que a PRF, no âmbito de suas atribuições constitucionais, colabore com a Justiça Eleitoral no sentido de efetivar as garantias necessárias do pleno transporte público aos eleitores.
Em conclusão, determinou que o Diretor-Geral da Polícia Federal informe imediatamente e detalhadamente todas as apreensões realizadas.
Ministro da Justiça e Segurança Pública se manifesta
Neste sábado, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, postou em suas redes sociais que a operação “Eleições 2022” havia apreendido R$ 5 milhões. “#Bomdia com enfrentamento direto aos crimes eleitorais. Integração de 10 mil policiais federais com cerca de 500 mil agentes das forças de segurança estaduais, em prol de eleições limpas e seguras. Ontem, já apreendemos quase 5 milhões de reais em dinheiro”, escreveu.
Apesar disso, o ministro não detalhou a origem do dinheiro ou as suspeitas sobre o mesmo. Em suma, Torres disse em entrevista na sexta-feira (28) que a “Operação Eleições 2022” encontra-se em andamento em todo o país, especificamente para reprimir dois tipos de crime que preocupam Alexandre de Moraes, boca de urna e compra de votos.