A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou nesta sexta-feira (19) os dados mais recentes de seu Monitor do PIB-FGV. De acordo com a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encerrou o terceiro trimestre de 2021 com uma leve retração de 0,1%.
Embora a atividade econômica do Brasil tenha avançado 0,3% em setembro na comparação com agosto, o resultado não conseguiu reverter a queda acumulada no trimestre. Já em relação a 2020, os dados ficaram positivos. A saber, o indicador teve forte alta de 4,1% na comparação com o terceiro trimestre de 2020 e de 2,4% em relação a setembro do ano passado.
Em resumo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia da Covid-19 em março do ano passado. Nos primeiros meses da crise sanitária, a atividade econômica do planeta afundou, pois o mercado ainda não sabia como reagir à pandemia. As incertezas dominavam os mercados mundiais e a economia ficou estagnada.
Por isso, a economia brasileira vem registrando fortes avanços desde abril na comparação anual: abril (+12,3%), maio (+13,4%), junho (12,1%) e julho (+6,6%). Contudo, a diferença vem diminuindo com o passar do tempo, como visto em agosto (+4,4%) e agora em setembro (+2,4%).
Veja mais detalhes do desempenho do monitor
“A economia brasileira reverteu a trajetória de recuperação que havia sido observada no terceiro e quarto trimestre de 2020 e no primeiro trimestre deste ano, comparativamente aos trimestres imediatamente anteriores”, explicou o coordenador do Monitor PIB-FGV, Claudio Considera.
“No segundo e terceiro trimestres deste ano ocorreram duas taxas negativas de -0,1% em comparação aos trimestres imediatamente anteriores. Por sua vez, a taxa acumulada em 12 meses, até setembro foi de apenas 3,7%. A exceção da extrativa mineral e a administração pública, todas as demais taxas acumuladas em 12 meses, foram positivas”, explicou Considera.
Consumo das famílias dispara no trimestre móvel
Segundo os dados do levantamento, o consumo das famílias cresceu 4,4% no terceiro trimestre, quando comparado ao mesmo período de 2020. A propósito, este componente assumiu papel fundamental na recuperação da economia brasileira após a recessão de 2014-2016, e o tem feito igualmente em 2021.
“Nesta comparação, destaca-se a taxa do setor de serviços que havia sofrido quedas mensais contínuas e elevadas desde abril do ano passado até maio deste ano e apresenta taxas acumulada em doze meses positivas e crescentes desde junho, com a taxa até setembro sendo de 3%… O consumo de serviços por parte das famílias neste trimestre cresceu 8,9%”, disse Considera.
Por fim, vale ressaltar que a exportação cresceu 0,8% no trimestre graças ao componente de serviços, que disparou 32,5%, sexto mês seguido de alta. Em contrapartida, os produtos agropecuários e da extrativa mineral despencaram 15,6% e 7,2%, respectivamente. Já a importação disparou 28,5% em relação ao terceiro trimestre de 2020, impulsionada pelos bens intermediários (+32,4%) e pela extrativa mineral (+71,4%).
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