A Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou nesta terça-feira (19) os dados mais recentes de seu Monitor do PIB-FGV. De acordo com a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tombou 1,0% em agosto deste ano na comparação com o mês anterior.
Em contrapartida, a FGV revelou que o Monitor do PIB subiu 0,7% no trimestre móvel encerrado em agosto. Já em relação aos dados de 2020, os resultados também ficaram negativos. A saber, o indicador teve forte alta de 4,4% na comparação com agosto de 2020 e de 6,7% em relação ao mesmo trimestre móvel.
Em resumo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia da Covid-19 em março do ano passado. Nos primeiros meses da crise sanitária, houve um baque muito forte, pois o mercado ainda não sabia como reagir à pandemia. As incertezas dominavam os mercados mundiais.
Por isso, a economia brasileira vem registrando fortes avanços desde abril na comparação anual: abril (+12,3%), maio (+13,4%), junho (12,1%) e julho (+6,6%). A expectativa é que o crescimento desacelere cada vez mais, como já foi visto em agosto (+4,4%). Isso deve acontecer por dois motivos: os meses mais afetados foram os do segundo trimestre e a recuperação econômica do país perde fôlego a cada mês.
Veja mais detalhes do desempenho do monitor
“A economia brasileira continua em trajetória de recuperação em relação a forte queda de 2020 devida à pandemia: até agosto, a taxa de crescimento do PIB em 12 meses foi de 3,6%, comparada àquela de doze meses até agosto de 2020 que foi de -3,1”, explicou o coordenador do Monitor PIB-FGV, Claudio Considera.
“Destaca-se a taxa do setor de serviços que havia sofrido quedas mensais contínuas e elevadas desde março do ano passado até março deste ano e apresenta taxas positivas desde abril com a taxa acumulada em doze meses sendo positiva desde junho, sendo em agosto de 2,6%”, explicou Considera.
“Este desempenho se deve à maior abrangência da vacinação que possibilitou a maior interação entre as pessoas com idas a hotéis, bares, restaurantes, viagens, etc. Isto é compatível com o consumo de serviços por parte das famílias que no mês de agosto cresceu 8,2%”, acrescentou o coordenador.
Consumo das famílias dispara no trimestre móvel
Segundo os dados do levantamento, o consumo das famílias saltou 6,5% no trimestre móvel, quando comparado ao mesmo período de 2020. A propósito, este componente assumiu papel fundamental na recuperação da economia brasileira após a recessão de 2014-2016, e o tem feito igualmente em 2021.
O resultado mostra que, apesar da disseminação da pandemia da Covid-19 no país, o consumo das famílias avançou no período, puxado, principalmente, pelo setor de serviços, que disparou 9,8%. Já na comparação com o trimestre móvel anterior, o avanço foi bem menos expressivo, de 1,9%.
Por fim, vale ressaltar que a exportação cresceu 3,0% no trimestre graças ao componente de serviços, que cresceu pelo quinto mês seguido. Já a importação disparou 32,7% em relação ao mesmo trimestre móvel de 2020, impulsionada pelos bens intermediários, cuja taxa subiu 40,8%.
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