O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em reunião ministerial nesta sexta-feira (10) com parte dos integrantes da Esplanada e alguns membros da equipe econômica que seus ministros “não podem aceitar a ideia de que o PIB não vai crescer”. Na avaliação do presidente, se o governo conseguir gerar empregos com “pequenas coisas”, o PIB vai crescer. Assim, Lula pediu a seus ministros que “não chorem o dinheiro que falta no Orçamento”, mas façam bom uso dos recursos que têm.
Elogios a Haddad
Lula elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela “criatividade” e disse que ele e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, vão “arranjar” recursos para os investimentos que o país precisa. “E é por isso que o Haddad é ministro da Fazenda, ele é criativo. Se a gente não tiver dinheiro, a gente vai atrás dele e ele vai ter que arrumar. Ele e a Simone vão arrumar o dinheiro que nós precisamos para fazer os investimentos que precisamos nesse país”, disse Lula.
Sobre o discurso de Lula
O discurso foi proferido na abertura da reunião, que está sendo realizada no Palácio do Planalto. A TV Brasil transmitiu o discurso de abertura, mas a filmagem foi interrompida assim que Lula deu a palavra aos ministros. A ideia da conferência foi justamente discutir investimentos no setor de infraestrutura. Além disso, no começo da reunião, Lula também criticou a possibilidade de o governo federal “guardar dinheiro”. “Não dá para a gente achar que o gostoso nesse país é guardar dinheiro. Dinheiro bom é transformado em obras, em melhoria da qualidade de vida do povo e, sobretudo, em emprego”, argumentou.
Lula faz cobrança aos bancos públicos
Em seu discurso, Lula disse que planeja convocar outra reunião para pedir aos bancos públicos que participem dos investimentos alavancados. Para o presidente, esses bancos não podem ser “proibidos de emprestar dinheiro”. “Eu quero saber o papel dos bancos públicos para alavancar os investimentos nesse país, para pequenos e médios empreendedores, cooperativas, grandes empresários, para Estados com capacidade de endividamento. Não pode ser proibido emprestar dinheiro para você construir um ativo que vai aumentar o patrimônio desse país e melhorar a vida do povo”, defendeu.
Retomada de obras públicas
Antes de passar a palavra aos ministros, Lula disse estar entusiasmado para ouvir as propostas de retomada das obras públicas, lembrando o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), iniciado em 2007. Nesse sentido, o presidente encarregou o secretário da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, de dar um “novo nome” para o programa.
“Eu estou muito orgulhoso com o que vocês conseguiram produzir. Tenho certeza que vocês vão me surpreender com as propostas que vão fazer hoje. Precisamos criar um novo nome para o PAC. Ele foi muito importante, mas precisamos inovar”, disse. “O PAC foi uma coisa extraordinária. O sucesso do PAC é porque começamos ouvindo governadores, milhares de prefeitos e aí construímos um arcabouço de propostas. Lamentavelmente descobri agora que temos 14 mil obras paralisadas em todas as áreas”, complementou Lula.