Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) resolveram que não irão se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro (PL) por falta de consenso entre eles. De acordo com a jornalista da “Folha de S.Paulo”, Mônica Bergamo, o chefe do Executivo pediu para que seus auxiliares ligassem para os magistrados propondo um encontro no Palácio do Planalto.
Desses ministros, Kassio Nunes e André Mendonça, indicados por Bolsonaro, concordaram em ir à sede do governo. Todavia, o mesmo não aconteceu com os outros integrantes do Supremo, que decidiram que, no momento, não irão aceitar um encontro com o chefe do Executivo.
Segundo a jornalista, existe a suspeita entre os ministros de que Bolsonaro pode chantageá-los ao exigir, por exemplo, a promessa de anistia em inquéritos para, somente depois disso, ele admitir que perdeu a eleição de domingo (30) para Lula, fazendo assim com que as manifestações nas estradas perca forças.
Hoje, os ministros firmaram o entendimento de que um encontro com Bolsonaro só seria possível após ele se pronunciar no sentido de que entende que perdeu as eleições e de maneira limpa. O primeiro pronunciamento do presidente desde a derrota das eleições acontece ainda nesta terça.
Apoiadores de Bolsonaro bloqueando estradas
De acordo com a “Folha de S. Paulo”, ministros do STF estão articulando uma força-tarefa que tem como objetivo convencer Bolsonaro a reconhecer o resultado da eleição e, desta forma, ajudar a frear as manifestações de pessoas que apoiam seu governo. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), hoje, são mais de 300 bloqueios em estradas de 25 estados e no Distrito Federal.
No STF, há o entendimento de que Bolsonaro é o responsável pelas manifestações, visto que sua atitude em não se pronunciar estaria estimulando a confusão ocasionada por seus apoiadores, que pedem intervenção militar e se recusam a aceitar que Lula venceu nas urnas o atual chefe do Executivo.
No começo da madrugada desta terça-feira (01), o STF formou maioria e referendou uma decisão do ministro Alexandre de Moraes de que a PRF e agentes da Polícia Militar (PM) devem promover ações que visam a desobstrução das vias ocupadas ilegalmente.
Em sua decisão, Alexandre de Moraes, seguindo um pedido da Confederação Nacional dos Transportes, ainda determinou uma multa de R$ 100 mil por hora e eventual afastamento do cargo do diretor da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento da ordem expedida por ele, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).