Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) receberam nesta segunda-feira (30) suas novas togas. A vestimenta faz parte de uma liturgia a ser seguida no Judiciário e o uso delas segue atos formais – nos julgamentos, o seu uso é obrigatório. As togas antigas, que ficavam guardadas em um armário perto do plenário, foram destruídas nos atos criminosos do dia 8 de janeiro.
De acordo com informações divulgadas pelo STF, os ministros usarão oficialmente essas novas togas na próxima quarta-feira (01), na abertura do ano judiciário. Segundo especialistas, a toga começou a ser usada na Roma Antiga – antes de Cristo – e continua sendo um dos símbolos da magistratura.
No livro “O Poder do Mito”, por exemplo, o professor norte-americano Joseph Campbell, ao falar sobre essas vestimentas, que tem comprimento até os calcanhares e é um traje que simboliza poder, diz que “quando um juiz adentra o recinto de um tribunal e todos se levantam, não estão se levantando para o indivíduo, mas para a toga que ele veste e para o papel que ele vai desempenhar”.
Como citado, essas vestimentas foram destruídas no último dia 08 de janeiro, quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, composta, além do STF, pelo Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Na semana passada, a Polícia Federal (PF) revelou que um homem visto vestindo uma das togas guardadas até então no STF foi preso ainda durante a invasão. O suspeito em questão é Willian da Silva Lima. O homem, que tem 25 anos, é morador de Campinas, em São Paulo, e foi um dos 277 detidos após os atos de 8 de janeiro. Desde o dia de sua prisão, o acusado de participação dos atos de vandalismo se encontra detido no presídio da Papuda, localizado na cidade de Brasília.
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