Segundo o site O Antagonista, pelo menos dois Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) assumiram cogitar a possibilidade de impedir que a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) assuma a presidência da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania – CCJ da Câmara dos Deputados. Apoiada pela ala de deputados bolsonaristas do PSL, Bia Kicis teve seu nome escolhido pelo partido para presidir a comissão mais importante da Casa.
Os ministros avaliaram negativamente uma indicação da deputada para a posição por entenderem que isso estimularia uma radicalização da comissão. Mesmo dentro do Congresso há parlamentares que temem que a presença de uma deputada mais radical no comando da CCJ faça com que a votação de pautas importantes fique travada pela agenda ideológica.
Críticas a Bia Kicis
Outros parlamentares também criticaram a indicação do nome de Bia Kicis para a CCJ. A deputada e correligionária de Bia, Joice Hasselmann (PSL-SP), foi uma das principais pessoas a se pronunciarem contra a indicação. A parlamentar paulista chamou Bia Kicis de desvairada e disse considerar a possibilidade de que ela assuma a comissão uma piada.
“A tal da Bia Kicis é racista, antidemocrática, capacho do planalto e do coroné, contra a democracia”, afirmou Joice garantindo que a deputada do Distrito Federal não conseguirá assumir o comando da comissão. A paulista também informou que já está sendo articulada na Câmara uma candidatura avulsa para disputar com Kicis e que a previsão é de que ela não consiga ter os votos necessários para vencer esta disputa.
O presidente nacional do Cidadania, o ex-deputado Roberto Freire, também afirmou que as chances de que Bia não assuma a presidência da Comissão é grande. “Mal sabem eles que o partido indica mas quem elege são os membros da Comissão. E se for uma indicação polêmica o risco de ser derrotada e grande”, demonstrando a possibilidade de uma alta rejeição ao nome da parlamentar por parte dos membros da CCJ.
Comissão de Constituição e Justiça
A Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania é uma comissão permanente da Câmara dos Deputados e pode ser composta por até 66 parlamentares. Atualmente a CCJ é composta por 29 deputados e o ocupante da sua presidência é indicada pelo PSL. Por meio de audiências públicas os deputados que compõem a CCJ analisam os projetos de leis e de emendas propostas pelos deputados da Câmara.