Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, rebateu as declarações feitas pelos Estados Unidos sobre a política externa brasileira. Nesta segunda-feira (17), o governo americano afirmou que o Brasil “papagueia” a propaganda russa e chinesa sobre a guerra na Ucrânia.
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A declaração aconteceu após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que esteve em viagem oficial à China e aos Emirados Árabes Unidos, ter dito que os Estados Unidos e a Europa estão estimulando a guerra ao ceder armas para a Ucrânia.
Mauro Vieira deu sua declaração sobre o tema na tarde desta segunda após sair da residência presidencial do Palácio da Alvorada, local este em que Lula, já de volta ao Brasil, recebeu o chanceler da Rússia, Sergey Lavrov. Em um primeiro momento, o ministro afirmou que não poderia comentar sobre o caso, pois não sabia das críticas americanas.
“Eu não posso dizer nada, porque não ouvi e não sei do que se trata. Eu só posso dizer que o Brasil e a Rússia completam este ano 195 anos de relações diplomáticas com embaixadores residentes. Enfim, são dois países que têm uma história em comum”, disse o ministro, que foi informado que o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, disse que o Brasil “está papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto”.
“Não. De forma alguma eu concordo. De forma alguma. Não sei como ou por que ele chegou a essa conclusão. Mas não concordo de forma alguma”, respondeu Mauro Vieira. Além dele, quem também falou foi Sergey Lavrov, que disse que o Brasil e Rússia têm visões “similares”.
Segundo Mauro Vieira, o ministro russo enviou um convite feito por Vladimir Putin, presidente da Rússia, que deseja se encontrar com Lula. Conforme o chefe das Relações Exteriores, o petista foi chamado para participar do Fórum Econômico de Sâo Petersburgo. “O presidente recebeu o ministro Lavrov para uma visita de cortesia. O ministro Lavrov foi portador de uma carta de Putin para Lula para ir à Rússia para o fórum econômico de São Petersburgo”, disse Mauro Vieira.
Por fim, o ministro brasileiro afirmou que não conversou a respeito da guerra na Ucrânia com Lavrov – assim como publicou o Brasil123, o país em questão foi invadido pela Rússia em fevereiro de 2022. “Não entramos em questão de guerra, entramos em questão de paz. O Brasil quer promover a paz, está pronto para discutir com um grupo de países, arregimentar um grupo de países e se unir a um grupo de países que estejam dispostos a conversar sobre a paz”, relatou o chefe da pasta.
Em atualização
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