Após a identificação de canais envolvidos em propagação de notícias falsas com o intuito de angariar dinheiro com a manipulação da audiência a partir da monetização das páginas pelas redes sociais, o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão, proibiu o repasse de qualquer quantia para esses portais.
De acordo com as informações, esses sites têm ligação com pessoas importantes como o presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), e seus filhos Carlos (Republicanos-RJ), Flávio (Patriota-RJ) e Eduardo (PSL-SP). Além disso, outros quatro deputados federais e influenciadores bolsonaristas também estão ligados aos endereços.
Segundo o ministro, as redes sociais YouTube, Twitch.TV, Twitter, Instagram e Facebook devem suspender imediatamente as monetizações dos conteúdos publicados pelas pessoas e páginas indiciadas na investigação.
Além disso, ficou decidido também que os recursos financeiros que vierem a ser obtidos pelos investigados deverão ser transferidos para uma conta vinculada ao tribunal. Até o momento, não foi decidido se a medida valerá também para os perfis de políticos.
Todavia, sabe-se que o ministro determinou a suspensão de pagamentos às transmissões ao vivo, como as realizadas às quintas-feiras por Bolsonaro. Importante lembrar que os conteúdos publicados no canal do presidente no Youtube não são monetizados, mas os usuários que retransmitem as suas publicações conseguiam se beneficiar financeiramente, o que não será mais possível.
“De fato, na maior parte do conteúdo analisado, o que se constata não é a veiculação de críticas legítimas ou a proposição de soluções para aperfeiçoar o processo eleitoral – plenamente garantidas aos cidadãos e aos meios de comunicação -, mas sim o impulsionamento de denúncias e de notícias falsas acerca de fraudes no sistema eletrônico de votação, que, contudo, já foram exaustivamente refutadas diante de sua manifesta improcedência, inclusive pela própria Polícia Federal”, explicou o corregedor-geral.
Além disso, Salomão ainda determinou que as redes sociais apresentem, em até 20 dias, os ganhos de cada perfil, canal e página indiciada no inquérito administrativo comandado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Por fim, os representantes das redes sociais no Brasil também foram convocados a participar de encontros com as equipes técnicas da Polícia Federal (PF) e também do TSE para que os efeitos da desinformação nas plataformas seja mitigado.
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