O novo ministro de Minas e Energia do Brasil, Adolfo Sachsida, cumpriu sua controversa promessa de pressionar pela privatização da petrolífera estatal Petrobras e da empresa estatal de gestão do Pré-Sal Petróleo S.A. Sendo assim, foi feito um pedido a Paulo Guedes, ministro da Economia, para iniciar um estudo visando a venda da participação do governo em duas empresas. “Espero que no menor tempo possível, uma resolução esteja pronta para o presidente Jair Bolsonaro assinar”, disse Sachsida após se reunir com Guedes no Ministério da Economia.
Sachsida, governo e privatizações
Sachsida ocupou cargos de destaque no departamento de Guedes e desempenhou um papel importante na recente onda de privatizações do governo. O novo ministro diz que pretende libertar o povo brasileiro do monopólio dessas empresas. Importante destacar que o processo de privatização representa uma mudança na estratégia do governo Bolsonaro de conter a inflação na maior economia da América Latina, incluindo repetidas promessas de abandonar as políticas corporativas.
Bolsonaro, acusado por muitos brasileiros pelos altos preços do petróleo em pesquisas recentes, muitas vezes disse que preferiria vender a Petrobras se não tivesse o poder de influenciar as políticas da Petrobras.
Petrobras e preços dos combustíveis
A Petrobras está mantendo a paridade de preços de importação através de um acordo de novembro de 2019 com reguladores antitruste, implementado pela primeira vez em 2016 após anos de intervenção governamental. Os preços dos combustíveis são um tema quente antes das eleições presidenciais de outubro. Bolsonaro enfrenta uma dura luta pela reeleição contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou Lula, que atualmente está em primeiro lugar nas pesquisas.
Dança das cadeiras
A disputa pelo preço do combustível levou Bolsonaro a abalar a gestão do setor energético brasileiro, inclusive demitindo o ex-ministro Bento Albuquerque em 10 de maio. Além disso, Bolsonaro substituiu a alta administração da Petrobras pela segunda vez em menos de um ano, nomeando José Mauro como CEO. A paridade de importação ULSD de Santos teve uma média de US$ 189,05/bbl em abril, acima dos US$ 78,81/bbl em abril de 2021, segundo as avaliações da Platts da S&P Global Commodity Insights.
O CEO da Petrobras, no entanto, prometeu manter os preços dos combustíveis nas refinarias em níveis de paridade de importação, incluindo um aumento de 8,9% nos preços do diesel a partir de 10 de maio. O aumento de preço ocorreu depois que a empresa divulgou seu relatório de lucros do primeiro trimestre, que registrou lucro líquido recorde para o trimestre.
Petrobras, críticas e movimentos políticos
Bolsonaro, Lula e outros políticos criticaram os lucros da Petrobras, dizendo que a empresa abusa do povo brasileiro. Apesar dos cerca de US$ 9,5 bilhões em dividendos com vencimento em 2022, 30% vai para os cofres do governo. O Brasil é o principal acionista da Petrobras e controla o conselho de administração da empresa. O movimento mais recente também parece ter como objetivo apaziguar os caminhoneiros independentes, um importante grupo de apoio a Bolsonaro.
Em suma, os caminhoneiros realizaram uma série de greves para protestar contra as políticas de preços da Petrobras, incluindo três tentativas de greve em 2021 que falharam por falta de apoio público. Uma nova greve ocorreu em 21 de maio.